Montadoras respondem a Bolsonaro: "'Não queremos subsídio, mas competitividade'
"O custo do Estado é muito pesado, ninguém aguenta mais pagar imposto", disse o presidente da Associação Nacional dos Fabricantes dos Veículos Automotores (Anfavea).
Após Bolsonaro dizer que a Ford encerrou suas atividades no Brasil porque queriam subsídios, o presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Luiz Carlos Moraes, criticou a politização sobre o anúncio do fechamento das fábricas e disse que o setor não defende novos subsídios.
"A gente não quer subsídios, quer competitividade. Estamos há anos mostrando medidas que precisam ser feitas para melhorar a competitividade no Brasil", disse Moraes.
Ele já havia dito que a Anfevea fez diversos alertas, desde abril de 2019, pedindo reforma tributária, mostrando comparativos que indicam que o custo de produzir no Brasil é, por exemplo, 18% maior que no México.
Segundo Moraes, não há excesso de subsídios do setor no Brasil. Ele diz que o país teve o Inovar-Auto, que possibilitava que as empresas creditassem 30% do investimento em pesquisa e desenvolvimento, mas foi substituído pelo Rota 2030, que reduziu este percentual para 12,5%.
Ele afirma que estes incentivos geraram carros 12% mais eficientes, o que significou uma redução de R$ 7 bilhões anuais de custo de combustíveis dos consumidores, além da redução do impacto ambiental dos carros.
"Há duas formas de se resolver a ociosidade do setor: ou melhoramos a competitividade, resolvemos os problemas estruturais e retomamos o crescimento econômico e ampliamos as exportações, ou fechando fábricas", completou.