Desemprego atinge 14,1 milhões de pessoas e informalidade cresce, diz IBGE
Taxa de desocupação chegou a 14,3% em trimestre encerrado em outubro
Por Brasil Econômico |
29/12/2020 10:14:16
O número de brasileiros desempregados chegou a 14,1 milhões de pessoas no trimestre encerrado em outubro. O número é 7,1% maior que o registrado no trimestre anterior, encerrado em julho, o que representa um aumento de 931 mil pessoas procurando emprego. Os dados foram divulgados nesta terça-feira (29) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística ( IBGE
), e fazem parte da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua).
Apesar da alta na taxa de desocupação , que atingiu os 14,3%, o Brasil também registrou alta de 2,8% na população ocupada, que alcançou 84,3 milhões de pessoas. "Esse cenário pode estar relacionado a uma recomposição, ao retorno das pessoas que estavam em afastamento. Nesse trimestre percebemos uma redução da população fora da força de trabalho e isso pode ter refletido no aumento de pessoas sendo absorvidas pelo mercado de trabalho e também no crescimento da procura por trabalho", esclarece Adriana Beringuy, analista da pesquisa.
O número de pessoas ocupadas pode ter crescido em relação ao trimestre anterior, mas é menor quando em comparação com o mesmo período de 2019. Para a analista, isso significa que uma recuperação está se iniciando, mas ainda tem um longo caminho a percorrer. "Então esse pode ser um início de uma recomposição, mas as perdas acumuladas na ocupação durante o ano ainda são muito significativas”, afirma.
Além disso, a maior parte das pessoas que representam esse aumento de ocupados estão no trabalho informal . No trimestre encerrado em outubro, o número de empregados sem carteira assinada no setor privado cresceu 9%, enquanto 918 mil novas pessoas passaram a trabalhar por conta própria sem CNPJ.
"Dessa expansão da população ocupada de 2,3 milhões no total, 89% são de trabalhadores informais. Isso mostra que essa retomada da ocupação está sendo puxada pelo trabalhador informal, principalmente o trabalhador sem carteira do setor privado e o conta própria sem CNPJ”, diz Adriana.
A pesquisa ainda mostra que a taxa de informalidade chegou a 38,8% da população ocupada no trimestre encerrado em outubro. No período anterior, o valor foi de 37,4%.