Pressionado, Trump assina pacote de socorro de US$ 900 bilhões; entenda
Presidente queria ampliar valor pago em auxílio e discordou da proposta assinada
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump
, assinou nesse domingo (27) o projeto de socorro de US$ 900 bilhões para combater a crise causada pela pandemia do novo coronavírus (Sars-Cov-2). O texto inclui ainda mais US$ 1,4 trilhão em financiamento de recursos do governo até o fim do próximo ano fiscal, em setembro de 2021.
O projeto que havia sido aprovado após ampla negociação e com apoio bipartidário corria risco de naufragar depois que Trump exigiu aumentar o valor dos cheques que serão enviados para a maioria dos americanos atravessar a pandemia.
O valor previsto no projeto era de US$ 600, mas Trump passou a cobrar que ele fosse elevado para US$ 2 mil. Logo após a aprovação do texto, Trump se referiu a ele como "uma desgraça"
.
A atitude do presidente deixou no limbo milhões de americanos que dependiam de benefícios de seguro-desemprego. Além disso, caso o projeto não fosse assinado, uma série de medidas de alívio criadas durante a pandemia seria extinta. O texto precisava ser assinado até esta segunda-feira.
A decisão do presidente foi tomada depois que dois programas centrais de auxílio a desempregados foram suspensos no fim de semana, o que resultou em atraso no pagamento de benefícios a milhões de americanos.
O pacote aprovado pelo Congresso inclui benefícios para desempregados, bilhões de dólares para ajudar na distribuição da vacina contra o novo coronavírus e auxílio para pequenas empresas, além de um socorro a companhias aéreas.
Ao longo deste domingo, legisladores pressionaram o presidente a assinar o projeto. O deputado republicano Adam Kinzinger afirmou que o projeto não é unanimidade, mas defendeu que ele entrasse em vigor. "Nenhum de nós gostou totalmente do projeto de lei. É a natureza de legislar, você não vai acabar com nada perfeito, mas nós o aprovamos porque este era o número acordado”, disse o deputado republicano Adam Kinzinger à rede CNN.
Em entrevista à CNN, a governadora democrata do Michigan, Gretchen Whitmer, disse que era a favor de uma ajuda de US$ 2.000 para os americanos, "mas que era tarde demais para fazer esse tipo de pedido".
Veja os principais pontos do pacote americano
- Novos pagamentos diretos de até US$ 600 por adulto e criança
- Benefícios de desemprego aprimorados, incluindo um adicional de US$ 300 por semana
- US$ 284 bilhões para empréstimos consignados do governo, incluindo elegibilidade ampliada para organizações sem fins lucrativos e jornais locais e emissoras de TV e rádio. Isso inclui US$ 15 bilhões para casas de shows, cinemas independentes e instituições culturais e US$ 20 bilhões para doações direcionadas a desastres
- US$ 82 bilhões para universidades e escolas, incluindo suporte para fazer atualizações de sistemas de aquecimento e refrigeração a fim de mitigar a transmissão de vírus e reabrir salas de aula, e US$ 10 bilhões para assistência a creches
- US$ 45 bilhões para assistência a transporte, incluindo US$ 15 bilhões para companhias aéreas de passageiros dos EUA para auxílio à folha de pagamento, US$ 14 bilhões para sistemas de trânsito, US$ 10 bilhões para financiamento de rodovias estaduais e US$ 1 bilhão para a companhia ferroviária de passageiros Amtrak
- US$ 25 bilhões para ajuda no aluguel para famílias em dificuldades, uma extensão da moratória de despejo.
- US$ 13 bilhões para assistência alimentar
- Crédito expandido para mensalidades universitárias, que alcançaria mil novos beneficiários e garantiria o benefício máximo para mais de 1,5 milhão de alunos
- US$ 7 bilhões para acesso à internet banda larga, incluindo US $ 1,9 bilhão para substituir equipamentos de redes de telecomunicações que representam riscos à segurança nacional
- US$ 4 bilhões para uma aliança internacional de vacinas e US$ 3O bilhões para distribuição
- US$ 13 bilhoes em empréstimos para fazendeiros e US$ 3 bilhões para pecuaristas em dificuldades
- Créditos fiscais maiores para incentivar a construção de moradias de baixa renda
- Créditos fiscais para incentivar as empresas a manterem os funcionários na folha de pagamento
- Créditos fiscais para incentivar os empregadores a fornecerem licenças médicas remuneradas
- Créditos fiscais aprimorados para trabalhadores de baixa renda