Comércio volta a acelerar e vendas crescem 0,9% no varejo em outubro
Alta é a sexta seguida, mas IBGE diz que é cedo para afirmar se isso indica retomada no ritmo de crescimento do setor, que vinha perdendo fôlego
Por Agência O Globo |
10/12/2020 10:05:17As vendas no varejo voltaram a acelerar e subiram 0,9% em outubro na comparação com o mês anterior, segundo a Pesquisa Mensal de Comércio (PMC), divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quinta-feira (10). É o sexto mês seguido de alta. O setor vinha perdendo fôlego nos últimos meses.
Depois de quedas muito expressivas em março e abril, o varejo vinha em trajetória de crescimento, porém em ritmo de desaceleração. Em setembro, cresceu 0,6%. O IBGE avalia que ainda é cedo para saber se os dados de outubro indicam uma tendência de retorno a um ritmo mais forte de expansão ou se é um ponto fora da curva.
"Esse resultado de outubro mostra um repique para cima, que precisamos ter cuidado para avaliar como uma retomada da aceleração. No mínimo, mostra um fôlego da economia num patamar que já estava alto", analisa o gerente da PMC, Cristiano Santos.
Em 12 meses, a alta acumulada no setor é de 1,3%. Em relação a outubro do ano passado, o comércio cresceu 8,3%, o melhor resultado para o mês desde 2012, nessa base de comparação.
Analistas atribuem a recuperação do setor ao auxílio emergencial , que vem impulsionando o consumo. Mas, com a redução do valor de R$ 600 para R$ 300 desde setembro e o fim previsto para dezembro, havia uma expectativa de que, mesmo com variação positiva, o varejo perdesse força.
A alta taxa do desemprego e da inflação, puxada pelos alimentos, contribuíam para esse cenário.
Entre as oito atividades pesquisadas, sete tiveram taxas positivas na comparação com setembro. Apenas o setor de móveis e eletrodomésticos (-1,1%) recuou. Mas o segmento está 19% acima do patamar de fevereiro, antes da pandemia.
O comércio é o segundo setor econômico que tem dados divulgados referentes a outubro. Semana passada, o instituto divulgou crescimento de 1,1% da indústria, setor que puxou a alta do PIB no terceiro trimestre, mas que enfrenta gargalos como falta de insumos, para avançar.