Ações do Carrefour caem mais de 6% nesta segunda-feira
Após protestos devido a dois seguranças da rede de supermercados assassinarem um homem negro, companhia sofre desvalorização na bolsa
Por Brasil Econômico |
23/11/2020 16:57:45
Após os protestos em prol de João Alberto Silveira Freitas, homem negro morto por seguranças de um supermercado do Carrefour em Porto Alegre, as ações da companhia caíram mais de 6% nesta segunda-feira (23), na Bolsa de Valores de São Paulo .
As ações da franquia brasileira do grupo francês, o CRFB3, chegaram a atingir queda de 6,18% , por volta das 14h, enquanto o índice Ibovespa das principais ações indicava alta de 0,85%.
Um dia após a morte de João Alberto, na sexta-feira (20), o Carrefour fechou o dia com alta de 0,49%, apesar do repúdio e indignação presentes nas redes sociais e nas ruas, justamente no Dia da Consciência Negra no país. As manifestações contra o racismo pediam, inclusive, o boicote à rede de supermercados.
"Hoje as ações estão repercutindo as manifestações do fim de semana, que afetou a imagem do Carrefour . Além disso, grandes empresas, como a Ambev, também pediram medidas imediatas para evitar novos episódios (como o que ocorreu nas instalações do grupo francês)”, disse Alex Agostini, da Austin Rating, à AFP.
As ações do Carrefour na bolsa de Paris registraram queda de 2,21% nesta segunda-feira.
Desde a divulgação do vídeo em que seguranças do supermercado de Porto Alegre aparecem imobilizando e socando João Alberto até a morte no estacionamento, o grupo vêm tendo dias conturbados, sofrendo represálias e protestos.
Na sexta-feira à noite e durante o final de semana, foram realizadas manifestações em frente aos supermercados Carrefour em Porto Alegre e outras grandes cidades do país.
Em São Paulo, numa filial da rede no bairro Jardim Paulista pedras foram atiradas na fachada de vidro e um grupo de pessoas invadiu o estabelecimento, destruindo e ateando fogo nas mercadorias , entre outras instalações, de acordo com os relatos de um fotógrafo da AFP.
Na sexta-feira, o CEO do Carrefour, Alexandre Bompard , expressou suas condolências pelo "ato horrível" por meio de uma série de tuítes em português. De acordo com o empresário, as imagens são "insuportáveis".
Bompard pediu ainda "uma revisão completa das ações de formação dos funcionários e terceirizados em matéria de segurança, respeito à diversidade, valores de respeito e repúdio à intolerância".