Preços nos supermercados em SP têm maior alta para setembro desde o Plano Real
Associação Paulista de Supermercados (Apas) avalia que não há mais nada que o governo possa fazer; óleo e arroz lideram altas
Por Brasil Econômico |
Os preços nos supermercados de todo o Brasil chamam a atenção nos últimos meses, com a inflação brasileira sendo puxada pela alta dos alimentos
. Em São Paulo, a situação não é diferente. Em setembro, os supermercados tiveram a maior inflação para o mês desde o Plano Real, criado em 1994. O avanço é alavancado pelas altas do óleo de soja, 30,62%, e do arroz, 16,98%.
A alta do arroz , uma das que mais repercutiu, levou o governo a zerar os impostos de impostação para a soja em grão, o próprio arroz e também o milho , mas hoje a Associação Paulista de Supermercados (Apas) avalia que não há mais o que possa ser feito para conter a alta de preços dos alimentos. Será preciso esperar que a próxima safra consiga reequilibrar oferta e demanda, reduzindo os preços.
O Índice de Preços dos Supermercados (IPS), que é calculado pela Apas e pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), subiu 2,24% no mês de setembro, após já ter subido 0,90% em agosto. A alta do mês passado é recorde para setembro desde o início da série do IPS.
Com a aceleração recorde em setembro, o índice acumula uma alta de 8,30% em 2020 e de 12,01% em 12 meses. Portanto, a inflação nos supermercados do estado de São Paulo supera bastante o IPCA, índice considerado como inflação oficial do país, medido pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que subiu 0,64% em setembro, chegando a um avanço de 1,34% no ano e de 3,14% em 12 meses . A principal razão da alta do IPCA é justamente o preço dos alimentos .
No acumulado de 2020 até setembro, o óleo de soja subiu 61,75% nos supermercados paulistas; em 12 meses, 72,31%. O arroz, por sua vez, subiu, respectivamente, 47,04% e 51,26%.
O mês de setembro, marcado pela inflação recorde, também teve outros itens mais caros nos mercados, como o leite e seus derivados: leite (7,26%), muçarela (7,73%), queijo prato (5,8%) e leite condensado (3,19%). As carnes também subiram: bovina (4,77%), suína (6,96%) e de frango (1,67%). Cortes populares como contrafilé (7,81%), acém (6,68%) e coxão duro (9,7%) tiveram altas expressivas no mês.