Guedes chama nova CPMF de "imposto de merd*", mas volta a defender tributo
"Enquanto não vierem com solução melhor", ministro diz que prefere a segunda melhor, esse "imposto de merda"
Por Brasil Econômico |
17/10/2020 14:57:09
O ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou nesta sexta-feira (16), em live em inglês durante evento promovido pela XP Investimentos, que ainda não desistiu de criar um imposto sobre transações, a nova CPMF
, para desonerar a folha de pagamentos das empresas.
"Estamos subsidiando capital e taxando o trabalho. É inaceitável. Então, enquanto as pessoas não vierem com uma solução melhor, eu prefiro a segunda melhor, que é esse imposto de merda", disse Guedes em defesa da CPMF.
No entanto, o ministro voltou a negar semelhança do novo imposto sobre transações com a antiga CPMF , que era cobrada sobre transações e existiu até 2007 para cobrir gastos do governo federal com saúde, mas acabou sofrendo grande resistência e foi extinto. A alíquota máxima da CPMF na década passada foi de 0,38% por operação. O novo tributo defendido por Guedes teria carga menor, de 0,2%. "Não é CPMF de jeito nenhum. É digital", defendeu.
Guedes citou o novo imposto sobre transações após ser questionado sobre o aumento das demissões no Brasil. "Obrigado por dar apoio ao imposto sobre transações", respondeu, sugerindo que a nova CPMF seria a solução para isso. "Por que você acha que nós estamos pensando nessa coisa de merda [nova CPMF]? Você acha que liberais gostam de criar novos impostos ? Não mesmo. Há apenas uma razão pela qual se poderia pensar nisso. É porque existe um pior operando hoje", disse o ministro, defendendo a importância de desonerar a folha e aliviar os custos para empregadores.
Para Guedes, é necessário gerar emprego formal e dar uma saída para os "invisíveis", que segundo ele foram identificados com os programas emergenciais do governo na pandemia, como o auxílio emergencial .
Um dia antes de voltar a defender o novo imposto sobre transações, o "imposto de merda", Guedes disse à CNN Brasil na quinta que poderia desistir de criá-lo , mas rapidamente mudou de ideia e voltou a tocar no assunto no evento da XP Investimentos. "Eu sou homem de desistir fácil das coisas? De jeito nenhum", assegurou.