Reforma tributária: presidente de comissão contraria Guedes e rejeita nova CPMF
Segundo senador Roberto Rocha (PSDB-MA), proposta poderia "contaminar" tramitação dos projetos
Por Agência O Globo |
O presidente da comissão mista da reforma tributária, senador Roberto Rocha (PSDB-MA), contrariou o ministro da Economia, Paulo Guedes, ao dizer nesta quarta-feira (23) que a criação de um imposto nos moldes da antiga CPMF "não está em discussão".
"Isso não está em discussão no Congresso", garantiu Rocha, ao chegar para uma reunião sobre a reforma tributária no Palácio do Planalto.
Ao ser lembrado de que a ideia já está sendo debatida pelo governo, o parlamentar afirmou que a proposta poderia contaminar o andamento da reforma. Guedes, por sua vez, voltou a sugerir nesta quarta, após reunião que poderia adotar o novo tributo.
O ministro não citou nominalmente a nova CPMF , mas indicou que a segunda etapa da reforma tributária traria "substituição tributária" entre seus itens, como forma de ajudar a bancar a desoneração da folha de pagamentos e incentivar a geração de empregos.
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"Acho que não (chega ao Congresso), é muito delicado esse assunto (nova CPMF). Pode de algum modo contaminar a reforma, porque não há ambiente político para discutir isso", afirmou o presidente da comissão que discute a proposta.
A criação de um imposto sobre transações financeiras é defendida pela equipe econômica para compensar a desoneração da folha de pagamentos , como sugeriu Guedes sem citar a CPMF. Hoje, empregadores recolhem uma contribuição de 20% sobre salários.
O objetivo da medida é incentivar a geração de empregos no mercado formal de trabalho. A proposta, no entanto, enfrenta resistências.
"Na realidade, não é criar um imposto o que o governo quer, o governo quer é desonerar a folha. A maneira que encontra para desonerar a folha é criando esta movimentação financeira. Ou faz assim ou aumenta no IVA, aumentando a carga tributária. Mas este é um assunto delicado, que não me parece oportuno discutir agora, neste momento", argumentou o senador.