Supermercados limitam número de pacotes de arroz vendidos por cliente

No interior de São Paulo, em estabelecimentos da região de Campinas, avisos sobre restrição de vendas já são comuns

Supermercado no interior de São Paulo limita compra de arroz a três sacos por cliente
Foto: Reprodução/EPTV
Supermercado no interior de São Paulo limita compra de arroz a três sacos por cliente

Após o preço do arroz e de outros produtos da cesta básica disparar nos últimos dias, supermercados já limitam a venda de determinados produtos pelo Brasil. No interior de São Paulo, em estabelecimentos comerciais da região de Campinas, a venda de arroz e outros itens essenciais, como feijão e óleo, vem sendo restrita, limitada a um número específico de pacotes por cliente. O preço do pacote varia de R$ 19,99 a R$ 24,99 nas maiores redes.

No início da pandemia, a região já havia sido afetada e chegou a ter limitação nas vendas de papel higiênico, por exemplo, também em municípios próximos à Campinas. Meses após, contando com uma série de fatores, como alta do dólar e entressafra de alguns produtos, chegou a vez dos alimentos serem limitados nas prateleiras, o que preocupa e muito os brasileiros. A ministra da Agricultura, Tereza Cristina, garante que não haverá desabastecimento de arroz ou nenhum outro alimento.

Os supermercados , que em geral elevaram os preços dos produtos após fornecedores sentirem a alta, procuram mostrar aos clientes as razões do valor mais caro, mas em alguns casos não veem outra saída senão limitar a venda dos produtos. Em alguns estabelecimentos, arroz, óleo de cozinha, feijão e leite já têm limitação, além do preço mais elevado.

A elevação dos preços dos alimentos é uma tendência desde meados de março, quando foi decretada a quarentena, mas a situação parece piorar cada vez mais nos últimos dias, motivando as limitações nos supermercados.

Do início de 2020 até agosto, o arroz , por exemplo, já subiu mais de 15%, de acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), e a situação vivida nos últimos dias liga o alerta da população e dos comerciantes, que buscam o caminho entre repassar os aumentos aos clientes e pagar mais pelo produto aos fornecedores.

Recentemente, inclusive, o presidente Jair Bolsonaro apelou ao "patriotismo" dos donos de supermercados e pediu que eles não repassassem os aumentos dos alimentos aos clientes, o que em muitos casos pode ser inviável.

Se nas prateleiras a inflação assusta, os dados oficiais podem deixar o brasileiro em dúvida sobre a real situação da economia brasileira. No mês de agosto, segundo o IBGE, os preços subiram apenas 0,24% no país , sendo puxados justamente pelos alimentos e ainda os combustíveis. A alta mensal dos alimentos foi de 0,78%, tendo como destaques tomate (12,98%), o leite longa vida (4,84%), as frutas (3,37%), as carnes (3,33%), o óleo de soja (9,48%) e o arroz (3,08%).