SP: desemprego maior entre mulheres ressalta "contexto desfavorável" da pandemia
Dados divulgados pelo governo estadual mostram que mais mulheres deixaram o mercado de trabalho desde o início da pandemia; "resultado, infelizmente, era esperado", diz coordenadora do Conselho Econômico
Por Brasil Econômico |
Estudo divulgado nesta segunda-feira (17) pelo comitê de combate ao novo coronavírus no estado de São Paulo mostrou que cerca de 318 mil vagas foram preservadas em meio à pandemia . Porém, a análise dos dados mostrou um ponto preocupante: a maior vulnerabilidade das mulheres no mercado de trabalho nesta crise.
"O conselho econômico tem discutido de forma intensa, porque a tendência nessa pandemia, tendo em vista todas as características, entre elas a visão escolar, necessidade de manter escolas fechadas, tende a impactar muito mais as mulheres que os homens. Ainda temos uma sociedade que a mulher fica em casa cuidando das crianças", disse Ana Carla Abrão, coordenadora do Conselho Econômico.
Segundo ela, o resultado era esperado por conta do contexto da pandemia , que é mais desfavorável às mulheres do que aos homens no mercado de trabalho: "É por isso mesmo que as ações de apoio são tão importantes. Definitivamente é um resultado esperado, mas existem medidas de apoio para esse segmento".
A fala foi confirmada por Patrícia Ellen, secretária de Desenvolvimento Econômico, que revelou que o governo de São Paulo vem investindo em projetos de capacitação e recolocação para amenizar o estrago causado peloa pandemia no mercado de trabalho para as mulheres.
"Lançamos o empreenda mulher , voltado para o empreendedorismo feminino, gestão dos negócios, acesso à crédito e melhoria da qualificação técnica. Outro programa trabalhado mudando forma de fazer recrutamento de alunos e todo programa de qualificação profissional que temos no estado", informou Patrícia.
"Lançamos 52 mil vagas de qualificação em tecnologia , setor que está empregando mesmo diante da pandemia. Nós havíamos identificado que as meninas não se inscreviam muito nos programas voltados à tecnologia e programação. A equiparação de gênero nesses cursos faz muita diferença. As meninas não se inscrevem, não concorrem. Queremos muitas meninas em tecnologia", concluiu.