Com rumores de novas demissões na Economia, Maia diz que saídas 'seriam boas'

'Tem alguns que estão dizendo que vão sair, seria bom para o ministro da Economia ter a debandada dos que não estão ajudando muito', afirmou

Presidente da Câmara Rodrigo Maia, esteve ao lado de Bolsonaro e Alcolumbre na quarta (12) e reforçou imagem de união pela economia
Foto: Luis Macedo/Câmara dos Deputados
Presidente da Câmara Rodrigo Maia, esteve ao lado de Bolsonaro e Alcolumbre na quarta (12) e reforçou imagem de união pela economia

O presidente da Câmara dos Deputados,  Rodrigo Maia (DEM-RJ), disse nesta quinta-feira (13) que a possível saída de integrantes da equipe do ministro da Economia,  Paulo Guedes, pode ser positiva. O deputado demonstrou contrariedade com subordinados de Guedes, mas lamentou a saída de Salim Mattar, responsável pelo plano de privatizações do governo.


Além de fazer uma análise da  "debandada" da pasta, Maia disse em entrevista coletiva que a reunião realizada na quarta-feira com o presidente Jair Bolsonaro foi importante para sinalizar que Legislativo e Executivo não vão atropelar o teto de gastos. O presidente da Câmara afirmou ainda que vai tentar "convencer" Bolsonaro a enviar a reforma administrativa ao Congresso.

De acordo com fontes ligadas à área política do governo, entre os secretários de Guedes que podem deixar o cargo estão Waldery Rodrigues (secretário de Fazenda) e Carlos da Costa (Emprego e Competitividade). Rodrigues sofreu desgaste interno depois de tentar negociar os termos do novo Fundeb (fundo que financia a educação básica). Ele teve que aceitar a vontade do Congresso, que ampliou os investimentos no setor. Nesta semana,  além de Salim Mattar, Paulo Uebel (Desburocratização) pediu demissão.

— O  Salim foi uma perda, é um cara com espírito público enorme. Eu entendo a frustração dele, de fato os tempos são distintos, de quem vem da iniciativa privada para o poder público. Acho que esse foi uma grande perda — disse Maia, que não deixou de alfinetar: — Tem alguns que estão dizendo que vão sair, não vou citar nomes, mas seria bom para o ministro da Economia perder, ou ter a debandada de alguns que não estão ajudando muito.

Um dia depois da “debandada” no Ministério da Economia e do alerta de Guedes para o risco de impeachment caso Bolsonaro “fure” a regra do teto de gastos, Bolsonaro defendeu, ao lado de Maia e do presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-RJ), a agenda de reformas. Nesta quinta-feira, o presidente da Câmara disse que a reunião foi importante.

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— Decisão acertada, todos nós mostramos em conjunto a preocupação com esse debate que vinha ganhando força no mundo político, no Executivo e no Legislativo. E nós precisávamos retomar e reorganizar o debate na linha daquilo que a gente vem defendendo desde 2016.

Maia citou o exemplo negativo de descontrole de gastos públicos durante o governo Dilma Rousseff para defender o seu ponto de vista. Ele lembrou que, se há vontade de realizar investimentos no próximo ano, isso deve ser feito respeitando o orçamento.

— Queremos que o Brasil tenha capacidade de investimento, mas isso precisa ser construído levando em conta o orçamento primário brasileiro do próximo ano. Ficou muito claro que ninguém vai desrespeitar. O governo, através do presidente da República, deixou claro que não vai desrespeitar o teto de gastos. E essa é a minha posição e do Davi (Alcolumbre).

Ele acrescentou ainda que é preciso cortar despesas para investir, até porque o espaço para investimento é "pouca coisa ou quase nada". No mesmo contexto, Maia defendeu a reforma administrativa para aprimorar o gasto público.

— Está faltando um eixo, no meu ponto de vista, que é estrutural. Para cortar distorções, privilégios, é (preciso aprovar) a (reforma) administrativa. — disse Maia.

Ele citou apostura do governo, que ainda não enviou proposta sobre o assunto ao Congresso.

— A administrativa o governo tem uma proposta pronta, nós vamos tentar convencer o presidente que ele pode enviar, que ele vai enviar. E que nós não vamos ter desgaste. Vamos ter apoio da sociedade para que a gente possa, não é cortar, perseguir servidor. Muito pelo contrário. É valorizar servidor e o mais importante: valorizar a qualidade do serviço público.