Banco Central teme que recuperação parcial da economia sofra com fim do auxílio

Autoridade monetária analisou que incertezas podem implicar em retomada "ainda mais gradual" da economia

Banco Central divulgou ata da última reunião do Copom, marcada pelo novo corte da taxa Selic
Foto: Raphael Ribeiro/BCB
Banco Central divulgou ata da última reunião do Copom, marcada pelo novo corte da taxa Selic

O Banco Central (BC) afirmou nesta terça-feira (11) que vê uma recuperação parcial na atividade econômica, mas com pouca previsibilidade para o restante do ano quanto à evolução da pandemia e ao comportamento da economia diante da redução dos auxílios emergenciais do governo. A informação consta na ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), que decidiu pelo corte da taxa básica de juros, Selic, de 2,25% para 2% .

"Os setores mais diretamente afetados pelo distanciamento social permanecem deprimidos, apesar da recomposição da renda gerada pelos programas de governo. Prospectivamente, a incerteza sobre o ritmo de crescimento da economia permanece acima da usual, sobretudo para o período a partir do final deste ano, concomitantemente ao esperado arrefecimento dos efeitos dos auxílios emergenciais", diz a ata.

Com base nesse necessário, Copom analisou que essas incertezas podem implicar em uma retomada "ainda mais gradual" da economia. Ou seja, dependendo da expansão ou arrefecimento da pandemia e do comportamento da economia diante da diminuição dos auxílios emergenciais - o auxílio de R$ 600 , o  benefício aos que tiveram salário cortado ou jornada reduzida e as medidas de apoio às empresas , por exemplo -, a recuperação econômica pode ser mais lenta.

O documento ainda aponta para o setor de serviços como o mais afetado durante a pandemia.

"Assim como no caso da atividade, o Comitê considera que a pandemia deve continuar a ter efeitos heterogêneos sobre os setores econômicos. Dada a natureza do choque, o setor de serviços deve continuar a apresentar maior ociosidade que os demais", diz o Copom.