Covid-19: mesmo com recorde de mortes, Argentina mantém plano de flexibilização

Confirmação foi feita por infectologista da equipe responsável por aconselhar presidente argentino

Presidente Alberto Fernández esteve reunido com equipe técnica nesta quarta-feira
Foto: Reprodução/Twitter
Presidente Alberto Fernández esteve reunido com equipe técnica nesta quarta-feira

Nesta quinta-feira (16), um dia após a confirmação dos piores valores diários de novos casos e mortes causadas pela pandemia do Covid-19 , a Argentina manteve os planos de flexibilização da rígida quarentena na Região Metropolitana da capital Buenos Aires.

Em entrevista à rádio AM750, o infectologista Tomár Orduna, um dos médicos que compõe a equipe responsável por auxiliar o presidente Alberto Fernández nas tomadas de decisões sobre a quarentena no país, lamentou que os recordes tenham sido batidos exatamente na véspera da divulgação da nova etapa, mas que a "decisão já estava tomada".

"Os números foram um soco no estômago para nós. Vínhamos de sete ou oito dias com registros diários na casa de 3 mil, 3,5 mil, e achamos que este seria o patamar máximo. Porém, não foi assim, e isso aconteceu exatamente quando já havíamos decidido dar o próximo passo nas medidas de relaxamento", afirmou Orduna.

A fala ocorre após encontro da equipe médica com o presidente Fernández e o chefe do governo da cidade de Buenos Aires , Horacio Rodríguez Larreta. Apesar dos valores negativos, Orduna foi categórico ao defender as medidas, ressaltando que o número poderia ser muito maior se a quarentena não tivesse sido implementada.

"O pico é alto, mas não podemos exagerar esses valores. Estamos fazendo muitos testes, o que normalmente acaba por aumentar os registros. Porém, da forma como estamos encarando o problema, a projeção é que não cheguemos a ter situações como as ocorridas na Itália e na Espanha", ressaltou o médico.

Por fim, ele ainda indicou que a taxa de letalidade do novo coronavírus (Sars-Cov-2) no país está controlada e que a taxa de ocupação dos leitos de UTI para os pacientes da doença em Buenos Aires, área mais atingida e que concentra cerca de 90% dos casos, está em cerca de 65%.

"Há um consenso de que podemos avançar para a próxima fase, a decisão já está tomada. Estamos tomando todas as precauções possíveis e seguiremos analisando a situação semana a semana", finalizou.