Para especialista, Minha Casa Minha Vida de Bolsonaro ainda é muito vago

Especialista em Direito Imobiliário, Fernanda Gurgel disse em entrevista ao site Sputnik que MCMV de Bolsonaro ainda está só na publicidade

Minha Casa Minha Vida do governo Bolsonaro não saiu da publicidade ainda, aponta especialista
Foto: Reprodução/Facebook
Minha Casa Minha Vida do governo Bolsonaro não saiu da publicidade ainda, aponta especialista

Nesta semana, o governo federal faz o lançamento do novo Minha Casa, Minha Vida, com o novo nome de "Casa Verde Amarela". Para especialista em direito imobiliário e professora, Fernanda Pessanha Gurgel, ainda não há uma formalização do programa, "apenas uma apresentação de bases" com destaque para os objetivos do governo e com a mudança de nome. Ela fez a análise em entrevista ao site Sputnik Brasil.

Para Gurgel, a mudança de nome do MCMV, ainda a ser confirmada, seria "uma tentativa de desvincular" o projeto do programa habitacional do governo petista.

De acordo com presidente da Caixa, Pedro Guimarães, o banco busca reduzir o juro de financiamento e a taxa de remuneração para a Caixa no novo programa habitacional.

"O programa 'Minha Casa, Minha Vida' foi uma marca significativa do governo anterior. Portanto, essa alteração de nome, uma mudança inclusive com tom nacionalista, representa o objetivo do governo de mudar o paradigma", disse Gurgel ao Sputnik Brasil.

De acordo com a especialista, no entanto, se as alterações anunciadas ocorrerem, o resultado pode ser positivo. Mas pouco se pode afirmar ainda, já que o governo não apresentou detalhes da proposta para além da publicidade.

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"Ainda não se sabe exatamente quais serão as diretrizes, quais serão as regras. Ainda é algo que foi anunciado, mas de uma maneira vaga", afirmou a professora.

Sobre a prometida redução de juros, Gurgel concordou que essa política pode significar um impulso para a construção civil. "A construção civil no Brasil gera milhões de empregos. Então, diminuindo os juros de financiamento imobiliário, isso auxilia, de certa forma, um crescimento econômico, com novos empregos diretos e indiretos".

A redução da taxa Selic flexibilizou a emissão de financiamentos imobiliários para a população pelos bancos, mas a crise da pandemia atingiu fortemente todo o setor. Gurgel teme que somente a redução dos juros não seja suficiente  para a recuperação econômica e geração de empregos. "Temos que esperar esse novo normal, do qual estão falando, para saber se a redução de juros pode amenizar os efeitos econômicos da pandemia".

A especialista reforçou que o programa ainda é uma promessa,  porque nada de concreto foi divulgado, nem no site do Ministério da Cidadania. Ainda é incerto como será feita a redução de juros e como será o acesso ao benefício por famílias de baixa renda.

"A gente precisa esperar para ver o que vai acontecer, qual o detalhamento desse programa, o que ele vai abordar, qual é a amplitude, quais serão as regras, quais serão as normas, para que a gente possa, com bases mais sólidas, ter uma impressão e uma conclusão melhor. Todas essas considerações que faço são levando em conta o anúncio que foi feito. Nos próximos dias estamos esperando que saia realmente esse plano e aí poderemos ter uma opinião mais concreta e mais sólida", disse Gurgel.