Auxílio emergencial foi pago indevidamente a 17 mil mortos, diz auditoria

De acordo com o relatório, os valores pagos de forma indevida podem chegar a R$ 1,3 bilhão caso não sejam interrompidos imediatamente

Governo Federal gastou mais de R$ 11 milhões em pagamento a 17 mil mortos.
Foto: Lucas Tavares / Zimel Press / Agência O Globo
Governo Federal gastou mais de R$ 11 milhões em pagamento a 17 mil mortos.

Uma auditoria do Tribunal de Contas da União (TCU) identificou  17 mil mortos entre os beneficiários do auxílio emergencial, pago pelo governo federal . Os recursos gastos com mortos chegam ao montante de R$ 11 milhões.

De acordo com a apuração da corte, ao menos 620 mil pagamentos foram feitos indevidamente, entre todos os casos, até o mês de abril, no valor total de R$ 427,3 milhões.

Os levantamento realizado pelo TCU foram enviados aos ministros da corte, que vão julgar o relatório nesta quarta-feira (1). O documento foi apresentado pelo ministro Bruno Dantas.

Além do pagamento indevido aos mortos, foram identificados também, pelos auditores, o recebimento de R$ 97,7 milhões por 134,2 mil servidores (federais, estaduais e municipais), apesar de terem emprego estável e não sofrerem cortes de jornada e de salário.

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Para aposentados pelo INSS , foram gastos R$ 141,6 milhões. Mais de 221 mil receberam o auxílio. Há ainda irregularidades envolvendo presos e trabalhadores com renda acima do teto.

No julgamento, o ministro Bruno Dantas deve recomendar ao tribunal que esses valores sejam devolvidos através de uma ação conjunta entre Ministério da Economia e da Cidadania.

Os números apresentados fazem parte de uma auditoria preliminar. Segundo o relatório da área técnica, os valores pagos indevidamente podem chegar a R$ 1,3 bilhão caso não sejam interrompidos imediatamente.

Diante das graves irregularidades, o ministro estuda enviar os "casos mais escandalosos" ao MPF (Ministério Público Federal) para que os beneficiários sofram processo criminal.

O TCU também apontou, além dos problemas com o pagamento, "falta de diretriz" do governo nos gastos com saúde, principalmente por falta de coordenação entre ações federais e de governadores.