Embelleze não apoia ações antirracistas, diz esposa do dono
Declaração foi dada em live; Empresa de cosméticos para cabelos tem produtos voltados para população negra
Por Agência O Globo |
A influenciadora Monique Elias, mulher de Itamar Serpa, dono da indústria de beleza Embelleze, deu uma declaração polêmica durante uma live no Instagram. Segundo ela, a empresa — que tem muitos produtos voltados para a população negra — faz silêncio sobre o racismo para não ter prejuízos financeiros.
"Acredito que é facil ficar em cima do muro. As pessoas não se posicionam, sabe por quê? Porque toca na ferida, e a ferida é o bolso. O Itamar me respondeu que não entra em bola dividida", contou em entrevista ao perfil Beyoncé Destruidora, reproduzida pelo site Metrópoles.
Segundo ela, a ausência de declarações sobre o assunto fez com que ela deixasse de seguir o marido nas redes sociais.
Procurada, a empresa ainda não retornou o contato.
A Embelleze desenvolveu uma linha de produtos voltados para cabelos crespos e cacheados. A página no Instagram "Meu cacho Embelleze" tem mais de 200 mil seguidores e diversas parcerias com influenciadoras negras, mas sem qualquer publicação sobre pautas antirracistas.
Com mais de um milhão de seguidores, Monique postou em sua rede social um quadro preto no dia 2 de junho, na chamada "Black Thursday", movimento estimulado pela indústria americana, que começou nos Estados Unidos após a morte de Geoge Floyd por um policial branco.
A meta da empresa para este ano era atingir R$ 1 bilhão em faturamento em 2020. Segundo matéria do jornal "Valor", as vendas do varejo ao consumidor final no mercado nacional de produtos para cabelo somaram R$ 21,62 bilhões no ano passado. Com 7,3% de participação de mercado no ano passado, a Embelezze fica atrás da L'oreal, Unilever, Procter & Gamble e Coty.