Após Guedes exaltar exportações, balança comercial tem pior resultado desde 2015
Redução nas exportações e nas importações influenciou o resultado
Por Agência O Globo |
Após o ministro da Economia, Paulo Guedes, dizer que as exportações iam bem e iriam evitar uma queda maior do Produto Interno Bruto (PIB) neste ano, a balança comercial de maio registrou superávit de US$ 4,5 bilhões, o pior resultado desde 2015.
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Em comparação com o mesmo mês do ano passado, que registrou superávit de US$ 5,6 bilhões, o resultado foi 11,1% inferior. O resultado da balança comercial é o saldo entre as exportações e as importações.
O resultado inferior decorre de uma queda nas importações e outra mais acentuada nas exportações no período. Na comparação da média diária - total dividido pelo número de dias do mês - com maio de 2019, a queda nas exportações foi de 4,2 %, enquanto as importações caíram 1,6%.
Segundo a Secretaria de Comércio Exterior do Ministério da Economia, a exportação registrou queda por conta da redução dos preços internacionais. No volume exportado, no entanto, houve crescimento de 5,6% na comparação com maio de 2019.
"A queda do valor exportado foi resultado direto do forte recuo dos preços internacionais - função do enfraquecimento da demanda global – reduzindo em 15,6% os preços dos bens exportados pelo Brasil, em relação ao mesmo mês do ano anterior", diz a Secretaria de Comércio Exterior .
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Com preços mais baixos em dólar, o produto fica mais competitivo no mercado internacional, mas faz com que o superávit caia, mesmo com aumento no volume de exportação. De acordo com a secretaria, as exportações de soja, petróleo bruto, açúcares e melaço, farelo de soja, óleos combustíveis, alumina, carna de aves e bovina e café tiveram recorde histórico de vendas.
As exportações para o mercado asiático subiram 27,7% em relação ao mesmo mês de 2019. Para China, Hong Kong e Macau, o aumento foi de 25%.
"O bom desempenho do volume de exportação no mês de maio foi determinado pela alta expressiva de 36,1% no volume das exportações do setor agropecuário, medido pelo índice de quantum, dada a forte competitividade do país nas exportações desta categoria de bens, somada à elevada demanda mundial, sobretudo a asiática".
Importações
O recuo nas importações não foi maior porque duas plataformas de petróleo, no valor de US$ 2,7 bilhões, foram nacionalizadas devido ao regime do repetro. Se não fosse por isso, o recuo das importações seria de 21,7%.
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“O novo regime, implementado em 2018, determina que equipamentos admitidos temporariamente na importação, com pagamentos de afretamentos e aluguéis, sejam nacionalizados”, diz a secretaria.