Brasil está em posição comercial privilegiada após pandemia, diz diretor da OMC
Azevêdo afirma que país seria destaque em possível embate econômico quanto aos insumos
Por Brasil Econômico |
Questionado sobre a relação comercial entre países produtores e não-produtores de insumos após a pandemia do novo coronavírus, o diretor-geral da Organização Mundial do Comércio ( OMC ), Roberto Azevêdo, informou que o Brasil está em posição privilegiada. Afirmação vale como comparação com situação de outros países em desenvolvimento.
Azevêdo explicou, em entrevista à GloboNews, que a pandemia mostrou ao mundo uma nova definição de normalidade. Segundo ele, uma fração dessa nova realidade está relacionada à cadeia de suprimento.
Leia também: União comprou mais de R$ 1 bi de material de saúde sem licitação
"Ficou evidente nesta pandemia que você depender de insumos de uma determinada origem, de uma maneira quase que exclusiva, coloca sua produção e seu negócio em uma situação muito vulnerável", explicou.
Você viu?
O diretor-geral afirma que, sob essa ótica, o Brasil se destaca, já que apesar da complexidade de setores econômicos, se integra menos nos grupos de produção mundiais. O país, segundo seu pacto produtivo, não depende totalmente da importação de insumos e também nem do fornecimento para outros lugares.
“De uma maneira geral, o Brasil não é um país que é muito integrado nas cadeias de produção. Portanto, eu acho que não terá um impacto muito grande na reestruturação imediata na economia brasileira", disse.
Leia também: Três a cada quatro empresas reduziram ou paralisaram produção na pandemia
O brasileiro também afirmou que o Brasil tem grande vantagem econômica na área farmacêutica. "O Brasil tem [...] poder econômico para se abastecer se esses produtos estiverem disponíveis no mercado internacional. O Brasil tem, de certa forma, uma situação privilegiada comparada com outros países em desenvolvimento que não têm sequer essa capacidade de produção.”
Mas Azêvedo diz que o receio é a perda de recursos médicos, que se concentram em outros territórios. Ele alerta ainda para que o mundo se prepare para que o fenômeno não se repita em outras pandemias para que o acesso aos medicamentos possam salvar mais pessoas.