Banco Central anuncia nova medida que pode liberar R$ 650 bilhões na economia
Empréstimo do BC com carteiras de crédito como garantia busca dar liquidez ao mercado
Por Agência O Globo |
O Conselho Monetário Nacional (CMN) aprovou na noite de quarta-feira (1º) uma medida do Banco Central (BC) que pode liberar até R$ 650 bilhões na economia.
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A partir dessa decisão, o Banco Central poderá emprestar recursos aos bancos tendo como garantia as carteiras de crédito dessas instituições.
Na prática, o banco emite uma letra financeira, que é um título de renda fixa usado para captar recursos, baseado na carteira de crédito. A partir disso, o Banco Central usa essa letra financeira como garantia para o empréstimo.
O objetivo da nova medida é dar liquidez para o mercado funcionar de forma equilibrada. Liquidez é a facilidade com que um ativo, como um título público ou fundo de renda fixa, pode ser transformado em dinheiro.
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Em um momento de crise , os investidores costumam buscar ativos com menor risco, como o dólar. Um movimento grande de vários investidores nessa direção causa falta de dinheiro no mercado, a falta de liquidez, fazendo com que muitos recursos fiquem “presos” em ativos que não tem tanta procura.
Então, com essa mudança, o Banco Central busca injetar recursos para equilibrar e facilitar o funcionamento do mercado.
Em nota, o BC disse que o objetivo é "oferecer a liquidez necessária para que o Sistema Financeiro Nacional possa se manter estável frente ao aumento da demanda observada no mercado de crédito, fruto dos reflexos da propagação da Covid-19 ".
As operações terão prazo mínimo de 30 dias e máximo de 359. O BC deve aceitar créditos com nível baixo de risco e exigir uma garantia em valor superior ao do empréstimo.
Na terça, o presidente Jair Bolsonaro publicou uma medida provisória que fez um ajuste na legislação para que o novo tipo de empréstimo fosse possível.
A MP mudou o prazo de vencimento das letras financeiras de modo a permitir que essa operação fosse feita.
No dia 23 de março, o Banco Central já havia anunciado outra nova modalidade de empréstimos , mas com base em debêntures, que são títulos de dívida de empresas privadas. O potencial de liberação dos recursos, no entanto, era bem menor, de R$ 91 bilhões.