BB adota política que prevê redução de salários para cargos de confiança
Banco também começará a pagar bônus de até quatro salários por ano para quem ultrapassar metas estabelecidas
Para reduzir despesas com pessoal e obter melhores resultados, o Banco do Brasil (BB) anunciou mudanças na política de remuneração dos funcionários. A proposta prevê pagamento de um bônus de até quatro salários por ano para um grupo seleto de funcionários que conseguir ultrapassar as metas fixadas pela instituição.
Por outro lado, o salário de quem vier a ocupar cargo de confiança ou for promovido terá um corte médio de 10%. De acordo com fontes, o valor pago pelo banco estatal está acima da remuneração no setor privado. Quem já ocupa função gratificada não será atingido.
O BB também cortou a promoção automática dos gerentes de relacionamento. Esse era um dos incentivos que ainda restava na instituição. Todas as promoções serão condicionadas à avaliação de desempenho, realizados por superiores e pares.
O banco não divulga a economia a ser obtida com a redução nos salários, mas fontes admitem que o valor é robusto, diante do gasto anual com a folha de pessoal de R$ 20 bilhões. No entanto, os ganhos virão com o tempo, de acordo com a rotatividade dos funcionários.
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A partir do segundo semestre deste ano, todos os funcionários do BB farão parte do público-alvo do programa de incentivo, segundo a instituição. Atualmente, a premiação está restrita aos funcionários lotados nas redes de atendimento. Mas a estimativa é que apenas 40% do quadro (37 mil) consiga uma avaliação que garanta quatro salários extras por ano, sendo dois a cada semestre. Uma das metas é a venda de produtos.
"As medidas são fruto de longo estudo feito a partir de pesquisa de mercado no segmento bancário e buscam preparar o Banco para os novos desafios e oportunidades do setor financeiro, em constante transformação", informou o BB em nota.
Além de tentar segurar talentos, a iniciativa, segundo fontes ligadas ao banco, tem por objetivo uma antecipação da promessa de reforma administrativa do governo federal. A reforma não afetaria os funcionários do BB, mas o que se busca é adotar a sua filosofia, disse um interlocutor.