Importações de soja do Brasil pela China recuam 42%
Surto severo de peste suína africana no país asiático é um dos motivos do resultado negativo
Por Brasil Econômico |
25/11/2019 16:21:18
Em outubro de 2019, as importações chinesas de soja do Brasil caíram 42% em relação ao ano anterior, segundo dados alfandegários da China, divulgados nesta segunda-feira (25). Resultado negativo é consequência da esperança de um acordo comercial com os Estados Unidos e ainda tem reflexos da crise de peste suína africana no país.
O rebanho suíno da China encolheu 41% em setembro, em comparação com um ano atrás, segundo dados oficiais, reduzindo a demanda por farelo de soja, um ingrediente-chave na alimentação animal .
Atualmente, a China é a maior compradora de soja do mundo. O país importou 3,79 milhões de toneladas da oleaginosa do Brasil, seu maior fornecedor, em outubro, mostraram os dados divulgados pela Administração Geral de Alfândegas.
No ano passado, o Brasil nunca exportou tanta soja , com a China levando a maior parte, uma vez que evitava o produto dos EUA em função da guerra comercial.
"Em agosto e setembro, muitos importadores estavam esperando para comprar soja nos EUA e perderam a chance de comprar grão brasileiro", disse um trader da China, em entrevista à Reuters. "Isso afetou as chegadas em outubro e novembro", disse o trader, que se recusou a ser identificado porque não estava autorizado a falar com a imprensa.
Do outro lado, importações chinesas de soja dos Estados Unidos, em outubro, chegaram a 1,147 milhão de toneladas, frente a 66.955 toneladas de um ano atrás.
A China normalmente compra a maior parte de sua soja nos EUA no quarto trimestre, quando os embarques americanos dominam o mercado após a colheita e com a entressafra no Brasil.