Guedes prevê arrecadação de R$ 150 bilhões por ano com 'nova CPMF'

Em entrevista ao jornal 'Valor', ministro diz que proposta para Imposto sobre Transações Financeiras prevê 'escadinha' de alíquotas

Ministro deu declaração durante palestra em evento na cidade de São Paulo
Foto: Leonardo Rodrigues / Agência O Globo
Ministro deu declaração durante palestra em evento na cidade de São Paulo

RIO - O ministro da Economia, Paulo Guedes , afirmou, em entrevista ao jornal "Valor Econômico", que a " nova  CPMF  ", que terá o nome de Imposto sobre Transações Financeiras, poderá arrecadar até R$ 150 bilhões  por ano. Na entrevista, Guedes defendeu a criação deste imposto como alternativa para reduzir outros tributos.

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"O Imposto sobre Transações Financeiras (ITF) é feio, é chato, mas arrecadou bem e por isso durou 13 anos", afirmou, referindo-se ao prazo durante o qual a CPMF ficou em vigor no país.

Os críticos a um imposto deste tipo alertam para o risco de cumulatividade, ou seja, de o tributo incidir sobre várias etapas da cadeia produtiva, onerando o contribuinte. Guedes afirmou que o efeito cumulativo de uma ITF seria de 4,5%, ao passo que a contribuição previdenciária sobre folha de pagamentos teria efeito cumulativo de 14%.

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O ministro explicou que a proposta de criação do ITF prevê uma "escadinha". Uma alíquota de 0,2% permitiria reduzir a carga tribuária sobre folha de pagamento dos atuais 20% para 13%.

Com 0,4% de alíquota de ITF, já seria possível eliminar a CSLL, que é a Contribuição Social sobre Lucro Líquido. Com 1%, os governos poderiam abrir mão do IVA, imposto sobre valor agregado que substituiria o ICMS pelas propostas de reforma tributária em discussão no Congresso.

Mas Guedes não deixou claro, na entrevista, para qual alíquota fazia a estimativa de arrecadação de R$ 150 bilhões por ano.

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O ministro afirmou ainda que a proposta do governo para o novo pacto federativo é baseada em três Ds: desobrigar, desindexar e desvincular. E que vai propor a criação de um Conselho Fiscal da República, para monitorar a qualidade dos gastos nos Estados.