Mais da metade dos brasileiros desaprova reforma da Previdência

Pesquisa CNT/MDA aponta que a reforma da Previdência é reprovada por 52,7%. Advogado afirma que texto está mais conhecido após votação

Rodrigo Maia entrega projeto da reforma da Previdência nas mãos do presidente do Senado Davi Alcolumbre
Foto: Roque de Sá/Agência Senado
Rodrigo Maia entrega projeto da reforma da Previdência nas mãos do presidente do Senado Davi Alcolumbre

A pesquisa CNT/MDA de opinião aponta que 52,7% da população do País é contra a atual proposta da reforma da Previdência que já foi aprovada pela Câmara dos deputados e está em análise no Senado Federal.  Aprovam a reforma 36,6% segundo a pesquisa divulgada nesta segunda-feira.

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O levantamento ainda indica que 60,7% dos entrevistados acredita que a nova Previdência não será positiva para sua própria aposentadoria . Além disso, 45,4% avalia que a mudança irá beneficiar “mais os ricos”, e apenas 6% acredita que “beneficiará mais os pobres”.

“Com a votação na Câmara, o conteúdo da proposta foi mais divulgado, e as pessoas mudaram de ideia sobre apoiar a reforma”, avalia Anderson Avelino, advogado especialista em direito previdenciário e membro do conselho da OAB-MG.

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Em julho deste ano, uma pesquisa da Datafolha apontava que 44% dos pesquisados era contra a reforma da Previdência e 47% a favor. “Uma pessoa idosa que descobre que pode receber uma pensão por morte menor que o salário mínimo não vai apoiar”, afirma o advogado.

Para o especialista, que já participou de discussões sobre a reforma da Previdência junto à OAB nacional, o resultado do levantamento pode gerar mudanças no texto da reforma no Senado Federal.

“Os senadores precisam do voto da população e, por isso, o resultado pode gerar mudanças”, diz Avelino. Ele pondera, porém, que no Congresso o cenário ainda é de aprovação do texto atual.

“É uma reforma dura para a população. Tem que fazer a reforma, mas não precisava ser tão dura. Mas a aprovação na Câmara foi muito expressiva , por isso ele (texto atual) pode passar”, admite. “A resposta, porém, pode vir nas urnas”, afirma o advogado.

Educação financeira e empobrecimento

Segundo a pesquisa da CNT/MDA, 74,3% da população não poupa dinheiro ou tem uma renda complementar para usar após a aposentadoria. Para Anderson Avelino, o dado também é preocupante.

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“Tenho alertado clientes e nas palestras que faço sobre a reforma. Quem está no mercado de trabalho e tem condições de repensar a aposentadoria, buscar uma poupança, uma forma de renda extra, deve se planejar desde já”, aconselha.

Ele acredita que é necessário investir em educação financeira para garantir a renda na aposentadoria. “Com a atual proposta, todos vamos trabalhar por mais tempo e ganhar menos, tem que ser preparar”, afirma.

O advogado lembra que não é todo mundo que pode fazer esse planejamento. “Isso é para quem pode. Para o advogado, quem não tem estrutura financeira para se organizar agora, terá que conviver com o empobrecimento . O empobrecimento da população brasileira, com essa proposta, será inevitável˜, afirma.

Veja os dados da pesquisa CNT/MDA

Opinião sobre a reforma da Previdência aprovada pela Câmara dos deputados



Quem será mais beneficiado pela reforma da Previdência



Tem renda complementar ou poupa dinheiro para uso após a aposentadoria