"Não vamos subir o teto de gastos. Vamos é quebrar o piso", diz Paulo Guedes
Em palestra durante evento em São Paulo, ministro disse estar otimista com o ritmo de recuperação da economia
O ministro da Economia, Paulo Guedes, voltou a afirmar nesta terça-feira que está otimista com o ritmo de recuperação da economia brasileira. A retomada, segundo ele, será puxada pelos investimentos privados, uma vez que a precariedade das contas públicas estaduais não vai permitir expansão de gastos do governo.
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"Numa situação de aperto financeiro como a atual, subir o teto de gastos seria a coisa mais fácil a ser feita. Mas não vamos fazer isso. Vamos é quebrar o piso", disse Guedes na cerimônia de premiação das empresas vencedoras da 19ª edição do Anuário Valor 1000, promovida pelo jornal Valor Econômico.
Na lista de medidas para "quebrar o piso" está a desvinculação de gastos hoje obrigatórios por força constitucional. O ministro reforçou a intenção do governo federal em enxugar os gastos públicos encolhendo o Estado por meio de privatizações.
Nesta quarta-feira (21), o ministro prometeu divulgar uma lista de mais 17 órgãos públicos que deverão ser ofertados ao mercado . De acordo com o ministro, por ora, a lista deve ter estatais de menor porte e, num segundo momento, as grandes também devem fazer parte do pacote.
"Tem gente grande que acha que não vai entrar (na lista), mas que vai entrar sim na faca", disse Guedes, que voltou a mencionar a necessidade de venda dos Correios , um exemplo de órgão público que perdeu a capacidade de investimento, nas palavras do ministro.
Guedes sinalizou ainda estar confiante na tramitação da reforma tributária no Congresso. E afirmou ter saído otimista de uma reunião com senadores nesta terça-feira. Na pauta, reforma tributária e questão da distribuição dos impostos entre União, estados e municípios, o chamado pacto federativo.
Mais cedo, o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ) participou de entrevista no mesmo evento. Ele também sinalizou confiança na aprovação da reforma tributária, mas ponderou que é importante haver um diálogo entre diferentes cadeias produtivas para chegar a um texto possível de ser aprovado.
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Maia citou a necessidade de acabar com distorções atuais, como a baixa tributação sobre o setor de serviços e voltou a rechaçar a volta de uma contribuição sobre movimentações financeiras ao estilo da CPMF .