De acordo com a Associação Nacional de Bureaus de Crédito (ANBC), há cerca de 15 milhões de cadastrados espontaneamente na lista positiva e a expectativa do setor bancário é de que 100 milhões de pessoas entrem no sistema. Na definição da nota do consumidor são considerados, por exemplo, o histórico de crédito e os dados de consumo contínuo, como pagamento de contas de luz, água e telefone. Um atraso nessas contas pode rebaixar o score do contribuinte.
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Armadilhas
Apesar de acenar para uma redução dos juros básicos da economia, o cadastro positivo traz armadilhas. Para os jovens, por exemplo, sem histórico de pagamentos, pode haver mais dificuldades para conseguir crédito para a compra de produtos e serviços. Diante disso, teme-se que o cadastro positivo se converta em um sistema de exclusão. Também existe a possibilidade de que sejam levadas em consideração na nota de crédito dados de parentes de primeiro grau. A má pontuação de parentes próximos pode prejudicar o cadastrado.
Segundo o coordenador em direitos digitais do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumior (Idec), Diogo Moyses, a inclusão automática dos nomes dos consumidores na lista é uma violação do direito à privacidade. “Será muito importante definir que tipo de dado poderá ser disponibilizado e em quais circunstâncias o score pode ser utilizado”, afirma. “Vemos uma tendência do sistema financeiro cometer abusos no uso das informações do cadastro”. Para funcionar plenamente, o novo sistema ainda depende de normas complementares do Banco Central que serão fixadas por um decreto presidencial.