Depois de defender o trabalho infantil , em transmissão ao vivo na noite de quinta-feira (4), o presidente Jair Bolsonaro (PSL) voltou a falar do tema em seu perfil na rede social, nesta sexta-feira (5).
No início da tarde, Bolsonaro disse, no Twitter, que está sofrendo ataques da esquerda por defender que 'nossos filhos sejam educados para desenvolver a cultura do trabalho desde cedo'. "Se eu estivesse defendendo sexualização e uso de drogas, estariam me idolatrando. Essa é a verdade!", escreveu.
Na quinta-feira, o presidente usou o próprio exemplo para dizer que "não foi prejudicado em nada" por ter colhido milho aos "nove, dez anos de idade" em uma fazenda de São Paulo.
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Aos seus seguidores no Facebook, ele declarou ainda que "o trabalho dignifica o homem e a mulher, não interessa a idade", mas alertou que não apresentaria nenhum projeto de lei para descriminalizar a prática por saber que "seria massacrado".
O Brasil tem 1,8 milhão de crianças e jovens com idade entre 5 e 17 anos que trabalham e não deveriam, segundo os últimos dados da Pnad Contínua divulgados pelo IBGE e referentes a 2016.
Do total de crianças que estavam no mercado de trabalho em 2016, 34,7% eram do sexo feminino e 65,3%, do sexo masculino. E a jornada de trabalho infantil variava conforme a idade: menores de 5 a 9 anos trabalhavam em média oito horas por semana. Já os que tinham entre 16 e 17 anos, dedicavam 28,4 horas ao trabalho, segundo a pesquisa.