Caso de vaca louca faz Brasil suspender exportações de carne bovina à China

Um protocolo assinado pelos países em 2015 prevê essa interrupção quando há dúvidas a respeito da manifestação de algum tipo de enfermidade animal

Por ora, só será permitida a entrada no mercado chinês de carregamentos que deixaram o Brasil até o dia 30 de maio
Foto: Marcos Santos/USP Online
Por ora, só será permitida a entrada no mercado chinês de carregamentos que deixaram o Brasil até o dia 30 de maio

O governo brasileiro decidiu suspender temporariamente as exportações de carne bovina para a China. A decisão foi tomada em razão da identificação, confirmada na última sexta-feira (31) , de um caso atípico de Encefalopatia Espongiforme Bovina (EEB), mais conhecida como doença da vaca louca, no estado de Mato Grosso. 

A suspensão foi determinada cerca de dez dias depois de uma visita da ministra da Agricultura, Tereza Cristina, à China . Com a medida, só será permitida a entrada no mercado chinês de carregamentos que deixaram o Brasil até o dia 30 de maio. Dados do governo mostram que, no período de janeiro a abril deste ano, o Brasil exportou cerca de 96 mil toneladas de carne bovina ao país asiático.

Segundo técnicos do Ministério da Agricultura, um protocolo assinado pelos governos dos dois países em 2015 prevê a interrupção preventiva das exportações . O documento estabelece a suspensão dos embarques de carnes quando surgem dúvidas a respeito da manifestação de algum tipo de enfermidade animal. O momento agora é de fornecimento de informações pelas autoridades sanitárias brasileiras a Pequim.

O Ministério da Agricultura garantiu que a doença que atingiu uma vaca de corte com idade de 17 anos em Mato Grosso se deu de maneira "espontânea e esporádica", ou seja, não está relacionada à ingestão de alimentos contaminados. O órgão também assegurou que não há qualquer risco à população.

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A pasta destacou que o Brasil continua sendo considerado pela Organização Internacional de Saúde Animal (OIE) como um país com "risco insignificante" em relação à vaca louca . O Ministério da Agricultura ainda acrescentou que, em mais de 20 anos de vigilância, foram registrados apenas três casos de EEB atípica e nenhum caso de EEB clássica.