Em Pequim, Mourão diz que há "demonização" de produtos chineses
Para o vice, o País não pode escolher um lado na guerra entre China e Estados Unidos: "O Brasil não pode se curvar nem para o lado A, nem para o lado B"
O vice-presidente Hamilton Mourão (PRTB) disse, em Pequim, que o Brasil precisa ter “flexibilidade” diante da guerra comercial entre Estados Unidos e China e das sanções do governo norte-americano à gigante chinesa Huwaei. Para Mourão, há uma “demonização” de produtos chineses, e o Brasil precisa ter paciência para não se precipitar até que fique claro qual será o resultado da disputa entre as duas maiores economias do mundo.
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"Tem toda aquela demonização ou satanização, vamos colocar assim, daquilo que vier produzido aqui, que poderão ser equipamentos espiões. A gente tem que esperar clarear as coisas", disse Mourão
, no terceiro dia de sua visita à China.
Mourão, que nesta visita tem usado um tom bem mais amigável em relação à China do que o do presidente Jair Bolsonaro (PSL) na campanha eleitoral, afirmou que a palavra-chave para o Brasil em relação à guerra comercial entre China e EUA é “flexibilidade”. "O Brasil não pode se curvar nem para o lado A, nem para o lado B. Nós temos que saber aproveitar o melhor disso aí", defendeu.
Maior fabricante do mundo de equipamentos de telecomunicações, a Huawei tem sido alvo de dura retórica e sanções por parte do presidente Donald Trump, que autorizou a inclusão da gigante chinesa na lista de empresas proibidas de comprar componentes de fornecedores americanos.
Na opinião do vice-presidente brasileiro, as ações do governo americano são parte do estilo de negociação de Trump, e não significam necessariamente que o desfecho será um confronto total entre os dois países.
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"As pessoas têm que entender que essa disputa comercial entre Estados Unidos e China está em fase de negociação. O pessoal olha como o presidente Trump negocia, ele é negociante. Então ele jogou o sarrafo lá em cima e, agora, vão começar a discutir. A gente tem que ter flexibilidade, não pode achar que está tudo perdido, porque uma coisa é clara: as duas economias são complementares, são irmãs siamesas", completou.