A Esplanada dos Ministérios deverá se transformar em um grande outdoor para a campanha da reforma da Previdência , principal bandeira do governo JairBolsonaro (PSL). O Palácio do Planalto já encomendou o orçamento para fazer o envelopamento dos 17 edifícios projetados por Oscar Niemayer e localizados no Eixo Monumental, em Brasília.
As fachadas dos prédios de nove andares deverão ser cobertas com publicidade estampadas em lonas, detalhando pontos da chamada "Nova Previdência ", como o governo deseja que a reforma seja tratada. O conjunto de edifícios é tombado pelo Patrimônio Histórico Cultural.
A publicidade nos edifícios e em mobiliário urbano faz parte da estratégia de propaganda que começou a ser desenhada pelo novo secretário especial de Comunicação, Fábio Wajngarten, nomeado para o cargo na última sexta-feira (12). A ação incluirá comerciais em televisão, rádio e mídias digitais. O governo ainda não divulgou qual o valor a ser gasto com a publicidade da reforma da Previdência .
Ao assumir a comunicação do governo, Wajngarten tomou como principal missão levar às ruas a campanha publicitária da reforma. A estratégia da propaganda sobre a importância das novas regras ainda está em fase embrionária. As peças nem sequer foram aprovadas até a chegada do novo secretário.
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Wajngarten substituiu Floriano Barbosa no comando da Secom. A avaliação interna é de que, nos primeiros 100 dias do governo, a comunicação com a população e a imprensa foi ineficaz.
Ex-sócio da empresa de verificação de audiência Controle da Concorrência, Wajngarten é visto como mais hábil para a função. Barbosa era tido como engessado e sem interlocução com o setor. Ambos gozam da confiança de Carlos Bolsonaro, filho do presidente que, segundo interlocutores, é quem na prática dá as cartas na comunicação do Planalto.
O pacote de alterações nas regras para a aposentadoria no Brasil se encontra atualmente em tramitação na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados. Por força da ação de deputados do chamado 'Centrão', a reforma da Previdência acabou ficando em segundo plano na sessão realizada nesta segunda-feira e, por isso, integrantes da base aliada do governo já admitem votar o projeto apenas na semana que vem.