Preços dos combustíveis sobem mais uma vez e governo já monitora risco de greve

Governo já monitora as primeiras movimentações para uma nova greve dos caminhoneiros, que poderia paralisar articulação da reforma da Previdência

Preços dos combustíveis subiram pelo País na última semana e governo tenta evitar nova greve
Foto: Rafael Neddermeyer/Fotos Públicas
Preços dos combustíveis subiram pelo País na última semana e governo tenta evitar nova greve

Os preços dos combustíveis comercializados nos postos de todo o País fecharam a última semana am alta. A gasolina teve seu quarto aumento semanal seguido, e o preço médio já subiu 3,5% em um mês. Diesel e etanol subiram pela quinta semana consecutiva e as altas acumuladas são, respectivamente, de 2,8% e 8,2% no período.

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Os dados são do levantamento semanal da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), compilados pelo AE-Taxas. Os preços dos combustíveis nos postos foram, em média, de R$ 4,319 (gasolina), R$ 3,540 (diesel) e R$ 2,969 (etanol) no período pesquisado. De acordo com os dados da ANP, o etanol subiu em 22 estados brasileiros e a gasolina, em 24.

O Gabinete de Segurança Institucional (GSI) da Presidência da República já monitora atentamente as primeiras movimentações de caminhoneiros no País em direção a uma nova greve no próximo sábado (30). A categoria entende que os compromissos assumidos pelo ex-presidente Michel Temer (MDB) durante a última paralisação não estão sendo cumpridos. As informações foram divulgadas pelo jornal  O Estado de São Paulo .

Segundo as investigações do GSI, as articulações dos caminhoneiros tiveram início em grupos de WhatsApp . Neste momento, o movimento não parece ter a mesma força do ano passado, mas o governo teme que uma nova paralisação possa, aos poucos, tomar grandes proporções e chegar ao potencial explosivo da última greve. Relembre aqui a greve de 2018 .

No Palácio do Planalto, o objetivo é evitar, a todo custo, que qualquer tipo de paralisação aconteça. A ideia é ser mais ágil e efetivo, não deixando que a situação saia de controle, como aconteceu com Temer. Vale lembrar que, além da crise de desabastecimento, uma nova greve dos caminhoneiros também pode atrapalhar a agenda econômica do governo e a tramitação da proposta de reforma da Previdência.

As demandas da categoria são, segundo o presidente de associações que representam os caminhoneiros, Wallace Landim, também conhecido como Chorão, que se encontrou na semana passada com o ministro-chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni: o respeito ao piso mínimo da tabela do frete ; a implantação de mais pontos de parada e descanso; e uma intervenção do Estado para controlar os aumentos no preço do óleo diesel.

Chorão, porém, disse não ser a favor de uma nova greve no próximo dia 30, porque acredita que o governo tem buscado soluções. Mas o representante dos caminhoneiros ressaltou que "o tempo é curto" e as mudanças exigidas estão demorando demais. “Não acredito que deva ocorrer greve no dia 30, mas paralisações não estão descartadas. Estamos conversando”, declarou.

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A alta nos  preços dos combustíveis  ajuda a aumentar a insatisfação dos caminhoneiros, mas não é o único e nem o principal ponto. Entidades grevistas em 2018 se mostraram apoiadoras do então candidato à Presidência Jair Bolsonaro, e hoje questionam o descumprimento de algumas das promessas do governo anterior, que determinaram o fim da greve. Governo e lideranças da categoria buscam entrar em acordo para evitar nova paralisação.