Juros do cheque especial sobem para 315,6% ao ano em janeiro

Frente a dezembro, variação positiva foi de 3 pontos percentuais; taxas do rotativo do cartão de crédito também subiram, chegando a 286,9% ao ano

Hoje, quem utiliza mais de 15% do limite do cheque especial por 30 dias seguidos recebe uma oferta de parcelamento
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Hoje, quem utiliza mais de 15% do limite do cheque especial por 30 dias seguidos recebe uma oferta de parcelamento

Os consumidores que usaram o cheque especial ou caíram no rotativo do cartão de crédito pagaram juros mais caros em janeiro. O primeiro subiu 3 pontos percentuais em relação a dezembro, chegando a 315,6% ao ano; o segundo, por sua vez, saltou de 285,4% para 286,9%. As informações foram divulgadas nesta quarta-feira (27) pelo Banco Central (BC).

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As regras para o  cheque especial  foram alteradas pela Federação Brasileira de Bancos (Febraban) em julho do ano passado. Os clientes que utilizam mais de 15% do limite do cheque durante 30 dias consecutivos passaram a receber uma oferta de parcelamento, com taxa de juros menores que a do cheque especial definida pela instituição financeira.

A taxa do rotativo do cartão, por sua vez, corresponde a uma média calculada pelo BC, que se baseia nos dados de consumidores adimplentes e inadimplentes. Para os primeiros, que pagam pelo menos o valor mínimo da fatura em dia, a taxa chegou a 263,1% ao ano em janeiro, uma queda de 4,9 pontos percentuais em relação ao mês anterior. Já os juros cobrados aos inadimplentes subiu 5,2 pontos percentuais, indo para 302,9%.

Em abril de 2018, o Conselho Monetário Nacional (CMN) definiu que clientes inadimplentes no rotativo do  cartão de crédito  passem a pagar a mesma taxa de juros dos consumidores regulares. Essa regra entrou em vigor dois meses depois, em junho. Mesmo assim, a taxa final cobrada de adimplentes e inadimplentes não é igual porque os bancos podem acrescentar à cobrança os juros pelo atraso e multa.

É furada?

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Não vale a pena: as taxas do cheque especial e do rotativo do cartão são as mais caras entre as oferecidas pelos bancos

As taxas do cheque especial e do rotativo do cartão de crédito são as mais caras entre as modalidades oferecidas pelos bancos. A do crédito pessoal, por exemplo, é mais baixa e chegou 116,5% ao ano em janeiro, com redução de 3 pontos percentuais na comparação com o mês anterior.

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A taxa do  crédito consignado  (com desconto em folha de pagamento) ficou em 24,2% ao ano pelo segundo mês consecutivo. A taxa média de juros para as famílias subiu 2,5 pontos percentuais, para 51,4% ao ano, enquanto o valor médio cobrado às empresas saltou 1,4 ponto percentual, atingindo 20,2% ao ano.

Inadimplência

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No caso do crédito direcionado, os juros para as pessoas físicas subiram 0,2 ponto percentual, chegando a 8% ao ano

A inadimplência do crédito, considerados apenas os atrasos acima de 90 dias e para pessoas físicas, ficou em 4,8% no mês passado, o mesmo valor registrado em dezembro. No caso das pessoas jurídicas, houve leve aumento de 0,2 ponto percentual, chegando a 2,9%. Os dados correspondem ao crédito livre, modalidade em que os bancos têm autonomia para emprestar o dinheiro captado no mercado.

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No caso do crédito direcionado, relativo a empréstimos com regras definidas pelo governo, destinados, basicamente, aos setores habitacional, rural e de infraestrutura, os juros para as pessoas físicas subiram 0,2 ponto percentual, saltando para 8% ao ano. A taxa cobrada das empresas subiu 1,4 ponto percentual, para 9,9% ao ano. A inadimplência das pessoas físicas subiu 0,2 ponto percentual, para 1,7%, e a das empresas chegou a 1,9%, queda de 0,1 ponto em relação a dezembro.


*Com informações da Agência Brasil