Com reajuste de salário mínimo, México pretende "quitar dívida histórica"; veja
Luisa María Alcalde, secretária do Trabalho e da Previdência Social do novo governo mexicano, anunciou aumento de 16,2% no salário mínimo geral
Por Brasil Econômico |
O governo, empresários e sindicatos do México chegaram a um acordo nesta segunda-feira (17) para aumentar em 16,2% o salário mínimo geral, passando de 88,36 pesos por dia (o equivalente a R$ 17,14) para 102,68 (o que equivale a R$ 19,92) a partir de janeiro de 2019. Com isso, a secretária do Trabalho e da Previdência Social, Luisa María Alcalde, afirma que o país vai "quitar a dívida histórica" que tem com os trabalhadores.
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O anúncio do acordo firmado pelo governo de Andrés Manuel López Obrador, que tomou posse no início do mês, foi feito pela secretária do Trabalho e da Previdência Social. O reajuste do salário mínimo mexicano foi celebrado por ela no Twitter.
Hoy fue un día histórico, el consenso entre gobierno, empresas y trabajadores para iniciar un proceso de recuperación del salario mínimo era una deuda impostergable. Me siento muy honorada de estar del lado correcto de la historia junto a @lopezobrador_ #salariosminimos
— Luisa Alcalde (@LuisaAlcalde) 18 de dezembro de 2018
"Para 2019, o mínimo será fixado em 102,68 pesos e em 176,72 na área livre da fronteira norte. É um aumento de 16,21% em relação a 2018", indicou a secretária. Em evento com a presença do presidente e representantes da indústria e dos sindicatos, Alcalde afirmou que o reajuste, maior do que os 10,4% do ano passado, é o início de um "caminho de recuperação progressivo, responsável e sustentável" do rendimento básico dos cidadãos mexicanos.
A medida quita uma " dívida histórica " com os trabalhadores que recebem menos no país, fazendo com que eles recebam um salário digno e atinjam a linha de bem-estar do Conselho Nacional de Avaliação da Política de Desenvolvimento Social, segundo a secretária.
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Ela também comemorou o rápido consenso entre as partes para chegar ao reajuste salarial, tema que costuma travar disputas no México, sob a justificativa dos empresários de que poderia atingir a inflação local.
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No Twitter, a Confederação Patronal da República Mexicana (Coparmex) demonstrou apoio ao reajuste do mínimo no país – que é um dos mais baixos da América Latina – e disse que a decisão é o primeiro passo para uma mudança de cultura profunda.
Por acuerdo tripartita y unánime de @CONASAMI , el #SMG Nacional será de $102.68 diarios, a partir de enero 2019, que cubre al 100% la #LíneaDeBienestar de @coneval . Este es el primer objetivo de la #NuevaCulturaSalarial que impulsamos desde @Coparmex 👉🏼 https://t.co/V7CY4IYU5C pic.twitter.com/wMhqcea8Pz
— Coparmex Nacional (@Coparmex) 17 de dezembro de 2018
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De acordo com as projeções demográficas para 2018, realizadas a partir do censo realizado em 2010, o México tem 124,7 milhões de habitantes, sendo que, há dois anos, 43,6% da população vivia em situação de pobreza. Além desse dado ser alarmante, o salário mínimo mexicano segue sendo um dos menores da America Latina, mesmo com o reajuste.