Na Venezuela, inflação dos últimos 12 meses ultrapassa 1.000.000%
Preços ao consumidor no país de Nicolás Maduro subiram 1.300.000% entre novembro de 2017 e 2018; hiperinflação, porém, não deve ceder tão cedo
Por Brasil Econômico |
Na Venezuela, os preços ao consumidor subiram 1.300.000% nos últimos 12 meses encerrados em novembro, segundo divulgou a Assembleia Nacional do país sul-americano nesta segunda-feira (10). As informações foram publicadas pela agência de notícias Reuters .
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A hiperinflação e a recessão econômica vêm perseguindo a Venezuela há tempos. No início de 2018, o FMI (Fundo Monetário Internacional) previu que a inflação superaria 1.000.000% neste ano e incríveis 10.000.000% em 2019.
O índice mensal, ainda que altíssimo, tem desacelarado. Em novembro, de acordo com a Assembleia Nacional, a inflação anotada foi de 144% – quatro pontos percentuais menor que a registrada em outubro (148%) e 89 pontos abaixo da verificada em setembro (233%).
No mês passado, o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro , aumentou o salário mínimo no país em 150%, para 4,5 bolívares, que correspondem a menos de US$ 10 (cerca de R$ 39) na taxa de câmbio do mercado negro. Os venezuelanos reclamam que a remuneração não era – nem de longe – suficiente para pagar por itens básicos de sobrevivência.
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Desde que o governo da Venezuela parou de divulgar indicadores econômicos anos atrás, a Assembleia Nacional, controlada pela oposição, se tornou a única fonte confiável de dados sobre a hiperinflação. O FMI tem pressionado o país sul-americano a publicar índices oficiais, mas as informações seguem partindo majoritariamente da Assembleia.
Nova moeda
Na última quarta-feira (5), o antigo bolívar forte foi substituído pelo bolívar soberano , que tem cinco zeros a menos do que o primeiro e passou a ser a moeda oficial da Venezuela. O anúncio, segundo publicado pela Agência EFE , foi feito pelo vice-presidente de Economia do país, Tareck El Aissami.
Em um pronunciamento feito em rede nacional, El Assami disse que todas as notas de bolívar forte seriam retiradas de circulação a partir da data de implementação do bolívar soberano. A iniciativa foi tomada para fazer com que notas mais adequadas à hiperinflação do país circulassem no mercado.
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As duas moedas circulavam juntas desde 20 de agosto do ano passado. Os venezuelanos tinham até o último dia 5 para trocar seus bolívares fortes por soberanos em diferentes bancos do país e nos escritórios do Banco Central. Agora, somente a nova moeda tem valor legal na Venezuela .