EUA não planejam estender trégua em guerra comercial contra a China
Países se deram um prazo de 90 dias para dialogar; caso não entrem em acordo, as taxas norte-americanas para produtos chineses subirão para 25%
Por Brasil Econômico | (*) |
Se não houver acordo antes de 1º de março do ano que vem, os Estados Unidos (EUA) garantem que não devem estender a trégua de 90 dias na guerra comercial contra a China. É o que revelou o chefe negociador comercial dos EUA, Robert Lighthizer, em entrevista à emissora de televisão CBS News neste domingo (9).
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Responsável pela negociação com a China iniciada na semana passada, na Argentina, Lighthizer contradiz os sinais enviados pelo presidente norte-americano Donald Trump e seu assessor econômico Larry Kudlow. Os dois já mencionaram a possibilidade de ampliação do prazo que os países se deram para dialogar.
"Até onde eu sei, [1º de março] é uma data limite fixa", disse Lighthizer à CBS News. "Pelo que falei com o presidente [Trump], não se está falando de seguir além de março. Se for possível conseguir um acordo, queremos alcançá-lo nos próximos 90 dias", acrescentou.
Se não houver "uma solução satisfatória" às preocupações dos EUA ao fim do prazo pré-determinado, que começou a ser contado em 1º de dezembro, as tarifas norte-americanas sobre US$ 200 bilhões (pouco mais de R$ 780 bilhões) em produtos chineses subirão dos atuais 10% para 25%.
No último dia 5, em publicação no Twitter, Trump comentou a possibilidade de que as negociações com a China "se estendam". Depois disso, seu assessor Kudlow afirmou que o presidente norte-americano poderia estar disposto a isso "se houvesse movimentos bons e sólidos e boas ações" de Pequim.
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Dois dias depois, Trump reiterou, também pela rede social, que as conversas com a China estão "indo muito bem".
Você viu?
China talks are going very well!
— Donald J. Trump (@realDonaldTrump) 7 de dezembro de 2018
Lighthizer, porém, se mostrou mais firme quanto à data limite estipulada por Trump e o presidente da China, Xi Jinping . A Casa Branca, segundo o negociador, quer que essas conversas provoquem "mudanças estruturais" no sistema comercial chinês e busca "uma abertura do mercado" do país asiático a produtos "agrícolas e manufaturados" norte-americanos.
Além disso, Lighthizer aproveitou o espaço da entrevista para desvincular as negociações comerciais com a China da prisão de Meng Wangzhou, diretora financeira da empresa chinesa Huawei, no Canadá. Meng é acusada pela Justiça dos EUA pela suposta violação das sanções impostas pelos norte-americanos ao Irã.
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"A minha opinião é que isso não deveria ter muito impacto [nas conversas com a China ]. Entendo a perspectiva chinesa, mas isso é um assunto de justiça criminal. Está completamente separado de qualquer coisa com a qual eu trabalho", justificou Lighthizer.
*Com informações da Agência EFE