Desemprego cai pelo sétimo mês seguido, mas ainda atinge 12,4 milhões, diz IBGE
Taxa de desemprego no Brasil chegou a 11,7%, o menor patamar desde 2016; número de trabalhadores sem carteira assinada bate recorde histórico
Por Brasil Econômico |
A taxa de desemprego no Brasil recuou pelo sétimo mês seguido no trimestre encerrado em outubro, e agora é de 11,7%. Ainda assim, ainda há 12,4 milhões de brasileiros desempregados, segundo dados divulgados nesta quinta-feira (29) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
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A atual taxa de desemprego é a mais baixa desde o trimestre encerrado em julho de 2016, quando o índice estava em 11,6%. No acumulado dos últimos 12 meses (de outubro do ano passado a outubro de 2018), a queda no índice de desempregados no País foi de 0,5 ponto percentual.
Mais uma vez, a redução do desemprego resultou do aumento do número de trabalhadores sem carteira assinada e por conta prória, que bateram recordes históricos. Essa modalidade de empregou ajudou o atual número de desempregados (12,4 milhões) ser o menor desde dezembro do ano passado, quando o Brasil reunia 12,3 milhões de desempregados. Em comparação com o mesmo período de 2017 (quando a taxa era de 12,2%), houve queda de 3,1%, o que significa 389 mil pessoas a menos procurando emprego.
A população ocupada e com rendimentos no Brasil reúne 92,9 milhões e aumentou 1,4% em relação aos números verificados no trimestre encerrado em setembro. Na relação anual, o aumento passa a ser de 1,5%, o que representa 1,4 milhão de pessoas a mais com rendimentos no País.
Na comparação com o trimestre encerrado em julho, o aumento do número de ocupados é de 1,2 milhão de pessoas. Segundo o gerente da pesquisa do IBGE, Cimar Azeredo, as eleições de primeiro e o segundo turno tiveram influência nesse número.
"Cerca de 240 mil pessoas estavam no grupamento de outros serviços, que engloba basicamente as pessoas que estão em serviços de embelezamento e, também, aqueles que estiveram envolvidos em campanhas políticas. Já outros 214 mil ingressaram no grupamento de informática, comunicação e atividades financeiras, e são aquelas pessoas que trabalharam com as pesquisas de opinião do período eleitoral”, explicou Azeredo.
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Queda do desemprego foi puxada pelo recorde de trabalho sem carteira
Apesar de a queda do número de desempregados e as tendências indicarem recuperação da economia, dados do IBGE mostram que a queda foi puxada, mais uma vez, pelos trabalhos sem carteira e trabalhos por conta própria.
O gerente da pesquisa do IBGE avalia que a queda na taxa de desocupação "seria bastante favorável não fossem os motivos que levaram essa taxa a cair e o tipo de ocupação que teve aumento". Segundo Azeredo, o emprego sem carteira e o trabalho por conta própria (sem CNPJ) demonstra a "informalidade e a precarização do mercado de trabalho ".
O número de empregados sem a CLT subiu 4,8% na comparação com o trimestre anterior, reunindo 11,6 milhões, maior valor da série histórica da pesquisa, que teve início no ano de 2012. Em um ano, o avanço é 5,9%, que representa 649 mil pessoas.
A categoria dos trabalhadores por conta própria também bateu recorde, crescendo 2,2% na comparação com o trimestre anterior (mais 497 mil pessoas) e 2,9% em relação ao mesmo trimestre de 2017 (mais 655 mil pessoas), passando a reunir, no Brasil, 23,6 milhões de pessoas.
O trabalho com carteira assinada mostra estabilidade nas comparações trimestrais e anuais, segundo o IBGE. Ao todo, 32,9 milhões de pessoas fazem parte do grupo no trimestre encerrado em outubro.
O Ministério do Trabalho informou que o Brasil criou 57,7 mil empregos com carteira assinada em outubro , número abaixo do mesmo mês do ano passado (76,6 mil empregos criados). Em 2018, foram gerados mais de 790 mil vagas formais no País.
Desemprego cai, mas ainda falta emprego para mais de 27 milhões
Além dos 12,4 milhões de desempregados (que são as pessoas que não trabalham, mas procuraram empregos nos últimos 30 dias), 7 milhões estão subocupados (aqueles que trabalham menos de 40 horas por semana, mas gostariam de trabalhar mais) e 8 milhões poderiam trabalhar, mas não trabalham (força de trabalho potencial).
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O último grupo, que não influencia na taxa de desemprego do País (porque, para ser desempregado, as precisam procurar emprego nos últimos 30 dias), inclui 4,7 milhões de desalentados (que são os que desistiram de procurar emprego) e 3,3 milhões de pessoas que poderiam trabalhar, mas não têm disponibilidade por diferentes razões.