Prévia da inflação de novembro indica menor valor desde 2003, diz IBGE
Prévia do IPCA ficou em 0,19%, revelando queda de 0,39 ponto percentual na comparação com o mês anterior; em 2018, taxa acumulada é de 4,03%
Por Brasil Econômico |
A prévia da inflação oficial do mês de novembro, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), ficou em 0,19%, número que representa o menor valor desde 2003. A informação foi divulgada nesta sexta-feira (23) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
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A taxa divulgada pelo instituto é inferior às observadas em outubro deste ano, que foi de 0,58%, e de novembro do ano passado, quando atingiu 0,32%. Neste ano, a inflação oficial acumula taxa de 4,03%, enquanto o valor calculado com base nos últimos 12 meses é de 4,39%.
Em 2003, primeiro ano de governo Lula, a inflação oficial do mês de novembro foi de 0,17%, único valor inferior ao registrado no mês de novembro deste ano.
Entre outubro e novembro, a queda foi de 0,39 ponto percentual. O valor também representa queda maior entre outubro e novembro do que a projetada por analistas de instituições financeiras, que girava em torno de 0,24% para o período.
Com a desaceleração, os 4,39% registrados nos últimos 12 meses voltam a deixar o valor abaixo do centro da meta do Banco Central (BC), que é de 4,5% para 2018. O intervalo de tolerância para o cumprimento da meta é de 1,5 ponto percentual, portanto, se o valor ficar entre 3% e 6%, a meta será cumprida.
Neste ano, os extremos foram registrados nos meses de março e junho. No mês que fecha o primeiro trimeste, a inflação oficial ficou em 0,1%, enquanto no período que encerra o segundo trimestre, a taxa foi de 1,1%, movida pela greve dos caminhoneiros , que levou o mês a registrar o maior valor para o período em 23 anos.
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Como a inflação impactou os grupos de produtos e serviços
O IBGE pesquisou nove grupos de produtos e serviços, sendo que quatro registraram deflação: habitação (-0,13%), saúde e cuidados pessoais (-0,35%), comunicação (-0,02%) e educação (-0,01%).
O maior impacto no índice do mês foi trazido pelos preços dos alimentos e bebidas, que registraram alta de 0,54%, respondendo por mais de dois terços do IPCA de novembro. O tomate (50,76%), a batata-inglesa (17,97%) e a cebola (10,01%) se destacaram entre os maiores aumentos.
Os principais responsáveis pela desaceleração da prévia da inflação oficial de novembro, no entanto, são as reduções dos preços de combustíveis e energia elétrica. A gasolina subiu apenas 0,05% em novembro, após ter registrado alta de 4,57% em outubro. Já o etanol subiu 3,32%, ante 6,02% do mês anterior.
A mudança da bandeira tarifária , que passou de vermelha para amarela desde 1º novembro, também contribuiu para a inflação do item energia elétrica, que teve redução de 1,46% na comparação com outubro.
As variações dos nove grupos
- Transportes: +0,31%
- Alimentação e bebidas: +0,54%
- Habitação: -0,13%
- Artigos de Residência: +0,59%
- Vestuário: +0,02%
- Saúde e cuidados pessoais: -0,35%
- Despesas pessoais: +0,38%
- Educação: -0,01%
- Comunicação: - 0,02%
Meta de inflação e taxa de juros
O último Boletim Focus , do Banco Central, aponta que a previsão dos analistas de instituições financeiras para a inflação em 2018 caiu para 4,13%. Essa foi a quarta semana seguida de redução da projeção.
A meta de inflação do ano é de 4,5%, e, portanto, as previsões indicam que ela será cumprida. Para alcançá-la, o BC eleva ou reduz a taxa básica de juros da economia (Selic), atualmente em 6,5% ao ano.
Em 2017, a inflação oficial foi de 2,95%, fechando pela primeira vez abaixo da margem de erro da meta estipulada pelo Banco Central para o ano, que era de 3%. Os preços foram coletados no período de 12 de outubro a 12 de novembro de 2018 (referência) e comparados com os vigentes de 14 de setembro a 11 de outubro de 2018 (base) para o cálculo do IPCA.