Onyx Lorenzoni quer aprovar independência do Banco Central ainda este ano
Futuro ministro da Casa Civil conversou com relator do projeto na Câmara e quer acelerar tramitação no Congresso para garantir ideia de Paulo Guedes
Por Brasil Econômico |
O futuro ministro da Casa Civil no governo do presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL), Onyx Lorenzoni, quer aprovar ainda este ano o projeto de lei que prevê a independência do Banco Central (BC). A ideia é colocar a pauta em votação antes do dia 21 de dezembro quando começa o recesso parlamentar.
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O ministro extraordinário de transição do governo Michel Temer para o governo Bolsonaro conversou com o relator do projeto na Câmara, deputado Celso Maldaner (MDB-SC), na ocasião da nomeação da deputada Teresa Cristina (DEM-MS) como futura ministra da Agricultura. Onyx Lorenzoni estima já contar com 220 dos 257 votos necessários para a aprovação no plenário da Câmara dos Deputados.
O tema foi discutido ontem na reunião do colégio de líderes, durante a qual o presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn , defendeu a proposta. Ele é cotado para continuar na presidência da instituição desde que defenda essa ideia e é visto com bons olhos pelo mercado, embora a equipe do futuro ministro da Economia, Paulo Guedes, também trabalhe com outros nomes.
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Dar autonomia ao Banco Central ainda este ano é visto com bons olhos por Paulo Guedes pois, segundo ele, mandaria uma boa mensagem ao mercado.
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A maioria dos partidos presentes na reunião ontem, incluindo MDB, PSDB, DEM e as demais legendas do Centrão, apoiam a votação da medida que dá independência do Banco Central antes do fim do ano. Apenas os partidos da oposição se manifestaram como contrários à criação da nova regra.
A ideia que Onyx Lorenzoni defende e que é proposta por Celso Maldaner prevê mandatos não coincidentes para os presidentes da República e do Banco Central. Ambos teria mandato de quatro anos e o presidente do BC só poderia ser reeleito uma vez. Pelas novas regras, o mandato do futuro novo presidente passaria a valer a partir de 2020 e, até lá, a tendência é que Ilan Goldfajn permaneça no cargo e faça a transição.
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