Guedes quer independência do Banco Central e defende permanência de Goldfajn

Indicado para ministro da Fazenda, Guedes quer desvincular mandato do presidente de mandato do BC; reforma da Previdência também é prioridade

O economista Paulo Guedes defendeu a independência do Banco Central
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O economista Paulo Guedes defendeu a independência do Banco Central


O economista Paulo Guedes, indicado pelo presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) para o Ministério da Fazenda, defendeu, nesta terça-feira (30), a independência do Banco Central (BC) e a continuidade de seu atual presidente, Ilan Goldfajn, no cargo.

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As declarações foram feitas antes de uma reunião do economista Paulo Guedes com Bolsonaro e seus assessores, que vai discutir a formação da equipe do próximo governo, que tem início no dia 1º de janeiro de 2019.

Para Guedes, o mandato de presidente da instituição não deve coincidir ou poder se trocado de acordo com os mandatos dos presidentes da República, uma vez que essa prática gera incerteza. "Não podemos estar a cada eleição falando será que ele [presidente do Banco Central] fica? Será que ele não fica? Será que ele muda? Será que ele não muda? Então, teremos um Banco Central independente", disse. Segundo ele, aprovar um projeto que preveja a independência da instituição seria “a coisa mais natural do mundo”.

Para a aprovação desse possível projeto, Guedes acredita que poderia ter o apoio de Ilan Goldfajn , que ocupa a presidência do BC há dois anos, para que ele permaneça exercendo a função. "Isso tem que combinar com a nossa equipe aqui dentro, tem que combinar com o Ilan”, acrescentou. “Mas estou dizendo que seria natural.”

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Apesar de defender a continuidade de Goldfajn no exercício da presidência da instituição, o provável futuro ministro da Fazenda ressaltou que é necessário que ele tenha interesse em ficar. “Não quero convidar alguém que não tem o desejo de ficar. A motivação é fundamental", destacou.

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O economista Paulo Guedes diz que permanência de Ilan Goldfajn no Banco Central é 'natural'


Além de Paulo Guedes e Jair Bolsonaro, a reunião, que acontece no Rio de Janeiro, também conta com a presença do ex-presidente do PSL, Gustavo Bebianno, e o deputado federal Onyx Lorenzoni, que atua na articulação política do governo. O economista aproveitou a ocasião para destacar outros assuntos importantes do cenário econômico do País.

Guedes enfatizou a reforma da Previdência como prioridade, além de defender a rápida aprovação de seu projeto. "Previdência é mais importante e mais rápida. Privatização é devagar e ao longo do tempo", completou.

Para ele, a razão do  desempenho instável do mercado na segunda-feira (29), quando o dólar abriu o dia em queda e a Bolsa de Valores em alta, mas, depois, o quadro se inverteu e a moeda americana terminou subindo de valor enquanto a Bolsa ficou em queda, foi em razão das declarações da equipe política do futuro governo.

"Ontem (29) houve gente falando que não tem pressa para fazer reforma da Previdência. Aí o mercado reagiu mal", disse Guedes. "É um político falando coisas de economia. É a mesma coisa que eu sair falando de política. Não dá certo".

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O economista Paulo Guedes ainda afirmou que em um eventual cenário de dólar alto causado por uma crise especulativa, o Brasil pode vender reservas e se aproveitar disso para reduzir a dívida interna. "Se houver uma crise especulativa, nós não temos medo nenhum", afirmou.


*Com informações da Agência Brasil