Presidente do Banco do Brasil pede demissão e parte para o setor privado
Caffarelli comunicou ao mercado financeiro, nesta sexta-feira (26), que já deixará o cargo no dia 1º de novembro, para assumir a presidência da Cielo
Por Brasil Econômico |
O presidente do Banco do Brasil, Paulo Caffarelli, anunciou, em um comunicado oficial ao mercado financeiro, que irá deixar o banco estatal no dia 1º de novembro, quando passará a assumir o comando da Cielo, uma adquirente multibandeira do setor privado.
Leia também: BB, Bradesco e Santander lideram ranking de queixas no terceiro trimestre
O Banco do Brasil informou que o executivo apresentou pedido de renúncia aos cargos de presidente e membro do conselho de administração do banco. Caffarelli era presidente do Banco do Brasil desde junho de 2016, tendo assumido o cargo logo no início do governo Temer.
Agora, Caffarelli aceitou o convite realizado pela Cielo, empresa de cartões e meios de pagamento, que é controlada pelo Bradesco e o próprio Banco do Brasil.
O comunicado diz ainda que, para ocupar o cargo no lugar dele, o presidente Michel Temer indicou Marcelo Augusto Dutra Labuto, que é o atual vice-presidente de Negócios de Varejo no BB.
Leia também: Após três meses de queda, vendas do comércio varejista sobem em agosto, diz IBGE
Por sua vez, a Cielo informou que o nome de Paulo Caffarelli foi aprovado por unanimidade por seu conselho de administração e que ele assumirá a presidência da empresa no dia 5 de novembro, substituindo Clovis Poggetti Jr, presidente interino, que continuará exercendo os cargos de Vice-Presidente de Finanças e Diretor de Relações com Investidores.
A empresa estava sem presidente desde julho deste ano, quando Eduardo Gouveia renunciou ao cargo alegando questões pessoais.
Você viu?
“O Conselho tem total confiança de que Caffarelli fará um excelente trabalho à frente da Cielo, neste momento de rápida evolução tecnológica da indústria”, afirmou Marcelo Noronha, presidente do Conselho de Administração da Cielo. “O executivo já chega jogando", acrescentou.
Ontem mesmo, as suspeitas de uma possível renúncia de Caffarelli movimentaram o mercado de ações: as da Cielo caíram mais de 2% nesta quinta-feira (25), enquanto o banco estatal registrou aumento em percentual similar.
O mercado de máquinas de cartão tem ganhado competitividade nos últimos anos e, muito por conta disso, a Cielo vive situação delicada na Bolsa. A dificuldade de manter receitas e fatia do mercado influenciam no problema do mesmo modo. Atualmente, as ações da empresa são vendidas a R$ 12, mesmo valor de 2012.
No segundo trimestre, a empresa divulgou queda de 2,5% em sua base de maquininhas em relação ao trimestre imediatamente anterior. Os valores do terceiro trimestre deverão ser divulgados na próxima semana e a tendência de queda (ou baixo crescimento, no máximo) deverá ser exposta.
Outras empresas do setor, como a PagSeguro e a Stone, passaram a ser negociadas na Bolsa de Nova York neste ano e captaram o equivalente a R$ 8,5 bilhões e R$ 5,6 bilhões, respectivamente. A Cielo se movimenta no sentido de recuperar parte do mercado perdido, contratando uma pessoa conhecida e respeitada no mercado.
Leia também: Meus investimentos: o que saber antes de começar
Novo presidente do Banco do Brasil
Marcelo Augusto Dutra Labuto é graduado em Administração pela Universidade de Brasília (UNB) e em Administração de Sistemas de Informação pela União Educacional de Brasília (UNEB). Ele tem MBA em Marketing, pela COPPEAD UFRJ, e é funcionário de carreira do banco desde 1992.
Foi diretor de empréstimos e financiamentos, gerente-geral da Unidade de Governança Estratégica e diretor presidente da BB Seguridade, depois de passar pela diretoria de seguros, previdência e capitalização. No próximo dia 5 de novembro, assumirá como presidente do Banco do Brasil , por indicação de Michel Temer.