Brasil e Chile concluem negociações para acordo de livre comércio
Futuro tratado deve ser assinado até dezembro e incluirá, dentre outros temas, o comércio eletrônico e de serviços e algumas medidas sanitárias
Por Brasil Econômico | (*) |
Representantes do Brasil e Chile encerraram as rodadas de negociações para fechar o acordo de livre comércio entre os dois países. A expectativa é de que o futuro tratado seja assinado até dezembro e inclua 17 temas de natureza não tarifária que envolvem, dentre outros, o comércio eletrônico e de serviços, a propriedade intelectual e algumas medidas sanitárias e fitossanitárias.
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Como primeira iniciativa proposta pelo novo acordo de livre comércio , Brasil e Chile se comprometem a eliminar a cobrança de roaming (serviço que permite ligações em regiões fora de cobertura da operadora) internacional para dados e telefonia móvel entre os dois países.
É a primeira vez que o Brasil assume, em acordo bilateral, compromissos envolvendo comércio eletrônico, práticas regulatórias, transparência em anticorrupção, cadeias regionais e globais de valor, gênero, meio ambiente e assuntos trabalhistas.
O novo tratado com o Chile incluirá os chamados “temas de natureza não tarifária”, como o comércio de serviços e de eletrônicos, telecomunicações, medidas sanitárias e fitossanitárias. A disposição é facilitar o comércio, a partir de questões sobre propriedade intelectual, por exemplo, envolvendo micro, pequenas e médias empresas.
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A expectativa é que a partir daí seja complementado o Acordo de Complementação Econômica entre o Mercosul e o Chile, que estabeleceu a remoção das tarifas de importação ao comércio bilateral.
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Negociações para o livre comércio
Ao todo, foram quatro rodadas de negociações, encerradas no último dia 19. O processo negociador foi iniciado durante visita do presidente chileno Sebastián Piñera a Brasília em abril deste ano.
Em nota, o Ministério das Relações Exteriores informou que o novo acordo contribuirá para impulsionar os fluxos de comércio e investimentos entre Brasil e Chile. "[O acordo] Constituirá, ao mesmo tempo, um vetor de aproximação entre o Mercosul e a Aliança do Pacífico e de reforço da integração regional”, completou o órgão brasileiro.
Relação Brasil-Chile
O Chile é o segundo principal parceiro comercial do Brasil na América do Sul. Em 2017, o intercâmbio comercial bilateral alcançou US$ 8,5 bilhões, o que representa incremento de 22% em relação ao mesmo período do ano anterior.
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De janeiro a setembro de 2018, antes mesmo do fim das negociações do acordo de livre comércio , o intercâmbio comercial entre os dois países foi de US$ 7,21 bilhões, um aumento de 13% em relação ao mesmo período de 2017. O Brasil também é o maior parceiro comercial do Chile na América Latina e principal destino dos investimentos chilenos no exterior, com estoque de US$ 31 bilhões.
*Com informações da Agência Brasil