Diretor da Aneel diz que é preciso encontrar solução para terminar Angra 3
Empresa responsável pelo empreendimento defende um reajuste na tarifa para viabilizar sua conclusão; obras da usina estão paradas desde 2015
Por Brasil Econômico | (*) |
Nesta terça-feira (9), durante uma reunião do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE), o diretor-geral da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica), André Pepitone, defendeu a necessidade de se elaboar uma equação financeira para terminar a construção da Usina Nuclear Angra 3, localizada em Angra dos Reis (RJ).
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As obras na usina estão paradas desde 2015. “Não estou discutindo mais se Angra 3 é viável ou não. Angra 3 é viável. Não tem como voltar atrás", opinou Pepitone. "O que a gente precisa agora é estruturar um modelo com a participação de todos os atores envolvidos para ter uma modelagem equilibrada do ponto de vista financeiro e econômico para a usina”.
Durante a reunião, o CNPE examinou o relatório do grupo de um trabalho que discutiu uma solução para retomada do empreendimento. A Eletronuclear, subsidiária da Eletrobras que é responsável pela operação das usinas nucleares de Angra 1 e Angra 2 e a construção de Angra 3, defende um reajuste na tarifa da usina como forma de viabilizar sua conclusão.
Atualmente, o valor da energia está em cerca de R$ 240/MWh (megawatts por hora). A Eletrobras estima que o empreendimento seria "minimamente" viável com o patamar de tarifa de R$ 400 por megawatt-hora (MWh).
O diretor da Aneel disse que a discussão envolvendo o reajuste na tarifa tem que ser feita consultando todos os segmentos. “Assim como tomamos as decisões na Aneel, é feita uma proposta, abre-se uma audiência pública, se promove um debate. E a melhor solução técnica há de aparecer, de ser maturada”, disse Pepitone.
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Além disso, o governo procura investidores para o empreendimento. Em junho, a Eletrobras firmou um memorando de entendimento com a empresa francesa Électricité de France (EDF) para promover cooperação na área nuclear. As duas estudam possibilidade de a EDF colaborar com a retomada e conclusão de Angra 3 e também no desenvolvimento de novas usinas nucleares no Brasil.
Cálculos do TCU para Angra 3
O Tribunal de Contas da União (TCU) estima que ainda faltam R$ 17 bilhões para concluir a usina. O cronograma utilizado pela Eletrobras prevê que as obras serão retomadas em junho de 2020 e concluídas em janeiro de 2026. A capacidade prevista da usina é de 1.405 megawatts, energia suficiente para abastecer cerca de 5 milhões de residências.
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Em setembro, o Tribunal retirou sua recomendação de paralisação das obras de construção de Angra 3 . A Corte analisou o processo tratando de indícios de irregularidades na licitação e na execução contratual dos projetos executivos da usina, a cargo da Engevix, empresa investigada pelo Ministério Público Federal (MPF) no âmbito da Operação Lava Jato.
*Com informações da Agência Brasil