Produção industrial cai 0,2% em julho com grande influência do setor de veículos
De acordo com o IBGE, além da queda na produção do setor de veículos, outros nove dos 26 ramos pesquisados apresentaram retração; confira
Por Brasil Econômico |
A produção industrial brasileira caiu 0,2% em julho na comparação com junho. O resultado divulgado nesta terça-feira (4) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) vem após uma alta de 12,9% em junho e queda de 10,9% em maio, demonstrando grande instabilidade no setor.
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Em relação a julho de 2017, o crescimento da produção industrial é de 4% em julho deste ano. Já no acumulado do ano, entre os meses de janeiro e julho, o balanço apresenta uma alta de 2,5%. Além disso, foi mensurado um ganho de ritmo no acumulado dos últimos 12 meses, que passou de 3,1% em junho para 3,2% em julho de 2018.
Por que a produção industrial caiu entre junho e julho de 2018?
A queda mensal de 0,2% na indústria entre os dois meses é reflexo das taxas negativas em 10 dos 26 ramos pesquisados, principalmente do setor de veículos automotores, reboques e carrocerias, que caiu 4,5%.
A parte de equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos também apresentou uma retração negativa considerável, de 7,2%. Já a indústria de couro, artigos para viagem e calçados registrou retração de 5,4%.
Entre os destaques das 16 categorias que tiveram crescimento na produção no intervalo de um mês estão os produtos químicos, com alta de 4,3%. O resultado representa o segundo mês seguido de crescimento na produção e colabora para o acumulado de 12,6%.
Outros equipamentos de transporte também registrou crescimento de 16,7%, o que compensa boa parte do recuo de 24,4% entre os meses de maio e junho.
A categoria de coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis cresceu 1%, mas, embora o resultado seja tímido em relação aos outros grupos, a alta é a quinta consecutiva, com ganho de 13,6% no período.
Entre as grandes categorias econômicas, bens de capital recuou 6,2% e teve a retração mais acentuada em julho. Enquanto que, bens de consumo semi e não duráveis, caiu 0,5% e bens de consumo duráveis apresentou a taxa negativa de 0,4%.
Por outro lado, bens intermediários foi o único segmento com resultado positivo, com alta pelo segundo mês consecutivo e acumulado de 8,7% nesse período.
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Crescimento de categorias entre julho de 2017 e de 2018
Já entre as categorias da indústria que explicam o crescimento de 4% em julho de 2018, na comparação com o mesmo período do ano passado, está a atividade de veículos automotores, reboques e carrocerias, que aumentou, em um ano, 21% da produção.
Coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis também puxou a alta consideravelmente, uma vez que cresceu 11,3%.
Embora o crescimento da produção industrial seja de 4%, isso não significa que algumas atividades apresentaram recuos. Na verdade, sete das 26 obtiveram queda no período. E o principal segmento que representa isso é o grupo de equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos, com a queda de 9,5%. A produção de itens alimentícios também caiu, mas a variação negativa foi de 5,8%.
Outra razão pelo crescimento anual é o desempenho positivo das quatro grandes categorias econômicas. Bens de consumo duráveis cresceu 16,9%, enquanto que bens de capital apresentou um aumento de 6,5%. A produção de bens intermediários teve uma alta de 3,5% e o setor de bens de consumo semi e não duráveis foi elevado em 1,8%.
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Acumulado entre janeiro e julho de 2018
No índice acumulado entre os meses de janeiro e julho de 2018, frente ao mesmo período de 2017, o crescimento da produção do setor industrial brasileiro foi de 2,5%. O IBGE aponta que 14 dos 26 ramos obtiveram altas.
Nessa comparação, a atividade de veículos automotores, reboques e carrocerias também foi o principal destaque, com alta de 18,7%. Outra contribuição positiva relevante veio do segmento de equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos que teve a produção elevada em 13,4%.
Entre as 11 atividades em queda, as principais influências negativas vieram das atividades de couro, artigos e calçados, com a baixa de 5,3% e produtos alimentícios, que recuou 1,8%.
Nas grandes categorias econômicas, o acumulado de 2018 demonstra maior dinamismo para bens de consumo duráveis e bens de capital, que cresceram, respectivamente, 14,6% e 9%. Houve grande ampliação na produção industrial na fabricação de automóveis e eletrodomésticos da “linha marrom”, com altas seguidas de 17,7% e 20,1%.