Tribunal federal dos EUA condena Uber em US$ 1,9 milhões após casos de assédio
Além disso, em outubro de 2017, uma ação coletiva contra a Uber foi iniciada por duas engenheiras latinas que alegaram, judicialmente, que recebem menos do que outras mulheres brancas e asiáticas e seus colegas homens
Por Brasil Econômico |
A Uber foi condenada pelo tribunal federal de Oakland, nos Estados Unidos, a pagar o total de US$ 1,9 milhão a 56 ex-funcionários por casos de assédio sexual. Em reais, o valor da condenação da Uber equivale a R$ 7,5 milhões, de acordo com a cotação dessa terça-feira (21).
Segundo publicação do portal internacional Bloomberg sobre a condenação da Uber , os ex-funcionários também receberão cerca de US$ 10 mil como parte de uma ação coletiva que envolve mais 431 engenheiras e outras minorias simbólicas que sofreram discriminação dentro da empresa.
Essa ação coletiva contra a Uber , iniciada em outubro de 2017, está sendo liderada por duas engenheiras latinas que alegaram, judicialmente, que recebem menos do que outras mulheres brancas e asiáticas e seus colegas homens, mesmo ocupando cargos iguais.
Em comunicado, a Uber declarou oficialmente que os valores da condenação são “justos, razoáveis e adequados”.
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Entenda as denúncias que levaram à condenação da Uber
Em fevereiro de 2017, a ex-engenheira da empresa, Susan Fowler, postou um texto em rede social relatando as atitudes abusivas de um gerente da companhia contra ela, ainda apontando que suas reclamações eram constantemente ignoradas por superiores da empresa. Na publicação, ela afirmou que a "empresa tem uma cultura não só de assédio sexual, mas também de mau tratamento de funcionárias mulheres".
A publicação com a denúncia viralizou e investigações externas confirmaram as denúncias de assédio sexual , moral e o ambiente hostil de trabalho. O escândalo levou a saída do cofundador da empresa Travis Kalanick no mesmo ano, uma vez que ele foi uma das pessoas que não deu ouvidos às vítimas.
Com a atitude de Fowler, apareceram outros relatos de assédio sexual e moral na Uber, levando à mesma conclusão da engenheira, de que esses assédios faziam parte de um problema cultural da companhia.
Logo em seguida, em março de 2017, a Uber publicou um documento revelando que as mulheres recebem um terço do que os homens, nos mesmos cargos. Além disso, o relatório também apontava que nenhuma pessoa negra ou latina tinha um posto de liderança dentro da empresa.
Como informa a Bloomberg , é importante mencionar que a condenação da Uber foi calculada com base na duração e severidade da má conduta, na existência de testemunhas e documentação, no impacto sobre a vítima, no cargo do acusado e em outras circunstâncias.