Número de inadimplentes cresce 4,31% em relação ao ano passado
Com variação positiva de 7,66% nos atrasos, as contas de serviços básicos, como água e luz, foram as principais responsáveis por esse aumento
Por Brasil Econômico |
O número de inadimplentes cresceu 4,31% em julho ante o mesmo período do ano passado. Ao todo, segundo levantamento feito pela CNDL (Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas) e pelo SPC (Serviço de Proteção ao Crédito), o país fechou o mês passado com 63,4 milhões de negativados - marca que representa 41% de toda a população adulta.
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Entre os boletos atrasados, o crescimento mais expressivo foi o das contas de serviços básicos, como água e luz, cuja alta registrada em julho é de 7,66% em relação a 2017. As dívidas bancárias dos inadimplentes , que incluem o cartão de crédito, o cheque especial, os empréstimos, os financiamentos e os seguros aparecem logo em seguida, com variação de 6,90% no período.
“O desemprego e a renda ‘achatada’ dos brasileiros seguem contribuindo para esse avanço no quadro de inadimplência”, explica José César da Costa, presidente da CNDL . “Ainda que o país tenha superado a recessão, a recuperação da economia ainda é lenta, e é agravada pelo clima de incerteza das eleições”.
Perfil dos inadimplentes
Segundo estimativa da CNDL e do SPC, a maior parte dos negativados está entre o público de 30 a 49 anos. Nesta faixa etária, o número de inadimplentes chegou a 32 milhões em julho, o que corresponde a 50,47% do total de devedores.
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Para Roque Pellizzaro, presidente do SPC , o desequilíbrio nas finanças afeta essa parcela do população em maior grau porque é um momento de construção da vida pessoal e profissional.
“É nessa fase que muitos formam família ou buscam uma consolidação do patrimônio”, argumenta. “Isso implica em assumir diversos compromissos financeiros e, com as dificuldades geradas pela crise, a conta nem sempre fecha no fim mês”.
Destaque também para os jovens de 25 a 29 anos: dos 8 milhões de brasileiros que compõem este grupo, 46% estão inadimplentes. Entre os que têm idade entre 18 e 24 anos, a proporção cai para 19%. Em toda a população idosa, considerando a faixa etária entre 65 e 84 anos, o percentual de negativados é de 33%.
Endividamento por região
Em julho deste ano, a região Sudeste apresentou a maior alta (10,41%) no volume de inadimplentes. Em seguida, estão o Nordeste (4,84%), o Centro-Oeste (3,49%), o Norte (2,78%) e o Sul (2,64%).
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Em números absolutos aproximados, o Sudeste ainda concentra a maior parcela de inadimplentes : 27 milhões. O Nordeste aparece na sequência, com 18 milhões de endividados, seguido por Sul (8 milhões), Norte (6 milhões) e Centro-Oeste (5 milhões).