Inflação oficial sobe e fica em 0,4% em maio, puxada pelo preço da gasolina
IBGE divulga IPCA e demonstra impacto da alta nos preços de transportes e energia. Sozinha, gasolina correspondeu a mais de um terço da alta; confira
Por Brasil Econômico |
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística ( IBGE ) divulgou nesta sexta-feira (8) que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo ( IPCA ), considerado a inflação oficial do país, e reportou que o índice ficou em 0,4% no mês de maio, registrando um aumento de 0,22% em relação ao mês de abril.
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Dessa forma, a inflação acumulada no período atualizado dos últimos 12 meses sobre para 2,86%. Já a alta acumulada nos cinco primeiros meses de 2018 chega a 1,33%, o menor patamar para o período desde o início do plano Real em 1994.
O governo federal, porém, não está feliz. Mesmo com a alta do IPCA de 0,4% acima da expectativa do mercado de 0,3%, o montante segue abaixo do piso da meta projetada pelo governo federal para 2018. No geral, esse é o 11º mês seguido que o montante acumulado em 12 meses fica abaixo dos 3,0% estabelecidos como mínimo pela equipe econômica.
Alta no preço da gasolina
Dessa forma, é provável que esse seja o primeiro índice oficial divulgado pelo governo que já registra o impacto da greve dos caminhoneiros na economia nacional. Isso porque o IPCA foi fortemente afetado pela alta no preço dos combustíveis - questão que esteve no centro das pautas negociadas entre o movimento e o governo federal.
Segundo o IBGE, a gasolina correspondeu, sozinha, a um aumento de 0,15% na inflação do mês, o que signigica que apenas um item da "cesta" avaliada corresponde a mais de um terço da alta do índice.
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Não é para menos. Em maio, o preço médio da gasolina nos postos subiu 3,35%, enquanto o diesel (combustível usado pelos caminhoneiros que agora receberá subsídios do governo para tentar diminuir o preço) aumentou 6,16%. No ano, a gasolina acumula alta de 6,82%, e o diesel, de 10,43%.
No acumulado dos últimos 12 meses, o impacto do preço dos combustíveis na inflação oficial é ainda maior: 19,59%. A gasolina, nesse cenário, assume a ponta da alta, com reajuste de 21,48%, enquanto o diesel (19,78%), o etanol (12,18%), o gás de cozinha (13,04%) e o gás natural veicular (13,84%), vieram na sequência das altas de preço.
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Impactos da inflação
A inflação é um índice importantíssimo para estabelecer vários outros indicadores macroeconômicos e também é um dos valores mais sensíveis pelos consumidores que no dia a dia sentem a alta dos preços.
Uma inflação baixa significa que os preços não estão subindo o que, a curto prazo, pode ser bom para o consumidor, mas a longo prazo é preocupante porque indica que a economia não está aumentando e, portanto, deixando de gerar empregos e renda para as pessoas.
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Além disso, a inflação oficial é utilizada para estabelecer reajustes em benefícios como o salário mínimo. Nessa semana mesmo, o governo anunciou uma queda na expectativa de reajuste do salário mínimo para 2019 justamente por estar prevendo que a inflação do ano vai ficar abaixo da projetada pela própria equipe econômica.