Parcelamento sem juros no cartão de crédito não vai acabar, diz presidente do BC
Segundo Ilan Goldfajn, ideia não é acabar com as compras parceladas sem juros, mas, sim, encontrar alternativas para essa modalidade de pagamento
Por Brasil Econômico |
Os consumidores poderão continuar fazendo compras parceladas sem jutos no cartão de crédito, informou nesta terça-feira (10) o presidente do Banco Central (BC), Ilan Goldfajn. Segundo ele, a ideia é ter alternativas a este tipo de compra no mercado.
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“O parcelado sem juros não vai acabar. O que nós gostaríamos é de oferecer produtos alternativos que fossem capazes de reduzir a parcela”, afirmou. Goldfajn explicou que há custos embutidos nesse tipo de compra parcelada no cartão de crédito que acabam sendo pagos pelo consumidor.
De acordo com o presidente do BC, a ideia é que ocorram mudanças promovidas pelo mercado.“Se o parcelado sem juros for de fato um produto que a sociedade quer manter, que mantenha”, disse. Goldfajn acrescentou que a diferenciação de preços entre pagamento a prazo e à vista já está acontecendo. “O que se paga à vista não pode ser igual ao que se paga a prazo”, destacou.
Busca por autonomia
Além disso, Goldfajn ainda defendeu a autonomia do Banco Central, com a definição de mandatos para presidente e diretores da instituição: “A condução da política monetária [definição da taxa básica de juros, a Selic] tem gozado de autonomia de fato, mas é preciso construir uma autonomia de dure. Ou seja, botar na lei o que já existe na prática”.
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Criar instituições que dependam menos de pessoas e mais de regras também é uma necessidade, segundo Goldfajn. "Caso seja aprovada por essa casa, a autonomia do Banco Central representará um avanço institucional importante, com ganhos para o país, através da queda do risco pais e da queda da taxa de juros estrutural”, acrescentou.
Ao ser questionado por senadores sobre o volume das reservas internacionais, atualmente em mais de US$ 383 bilhões, o presidente do BC avaliou que as reservas funcionam atualmente como “seguro” para momentos de crise externas e mudanças só serão possíveis no futuro, depois de reformas estruturais na economia brasileira.
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“O momento agora é de sermos cautelosos. Se houver condições de não precisarmos desse seguro, as reservas devem ser usadas para abater dívida”, explicou, dizendo que, no futuro, é importante que as reservas não sejam usadas para gastos, mas, sim para reduzir o tamanho da dívida pública. O pronunciamento de Goldfajn sobre o cartão de crédito e as reservas internacionais aconteceram durante audiência na Comissão de Assuntos Econômicos, no Senado.