Percentual de famílias endividadas cresce e cartão de crédito é principal vilão
Em março, percentual de famílias com dívidas ou contas em atraso teve um aumento de 0,3 ponto percentual e chegou a cerca de 25% da população
Por Brasil Econômico | * |
As famílias com dívidas ou contas atrasadas registraram um aumento de 0,3 ponto percentual em março, chegando a 25,2% da população. As informações foram divulgadas nesta quarta-feira (4) na Pesquisa de Envidamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), feita pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). A maior parte dessa dívidas vem do cartão de crédito.
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De acordo com o estudo, o cartão de crédito é o principal "vilão" das famílias endividadas por ser a razão das contas em atraso de 76,4% delas. O percentual das famílias que declararam não ter condições de pagar suas contas ou dívidas em atraso, ou seja, que permaneceriam inadimplentes, passou de 9,7% em fevereiro para 10% em março, apresentando queda em relação aos 10,4% de março de 2017.
Segundo a economista Marianne Hanson, da CNC, a alta é influenciada pelo efeito sazonal provocado pelos gastos de fim de ano. “O efeito sazonal do comprometimento de renda com gastos extras de início de ano influencia esse resultado”, afirmou.
A proporção de famílias endividadas , no entanto, se manteve estável nos 61,2% de fevereiro, segundo o estudo. O mesmo não acontece quando a comparação é com março do ano passado, com o indicador subindo 0,4 ponto percentual. Depois do cartão de crédito, os carnês são os maiores responsáveis pelo endividamento, com 16,6%. Em seguida vem o crédito pessoal, que responde por 10,4% do endividamento familiar.
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Nível de endividamento cresce
Ainda de acordo com a publicação da CNC, a proporção das famílias que se declararam muito endividadas também aumentou em relação a fevereiro, passando de 13,6% para 14,1% do total de entrevistados, uma alta de 0,5 ponto percentual. Já na comparação anual, houve queda de 0,6 ponto percentual nesta proporção dos muitos endividados.
Em relação a este último caso, Marianne Hanson diz que a retração decorreu “da queda das taxas de juros e da recuperação da renda do trabalho que têm favorecido uma recuperação gradual em algumas modalidades de crédito, o que impacta diretamente o endividamento”. Já do ponto de vista do prazo do endividamento, o tempo médio de atraso para o pagamento de dívidas ficou, em março, em 64,4 dias, inferior aos 64,8 no mesmo período do ano passado.
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O comprometimento com as dívidas, seja referente a cartão de crédito ou qualquer outro motivo, foi, em média, de 6,9 meses, sendo que 31,3% das famílias possuem dívidas por mais de um ano. Entre aquelas endividadas, 20% afirmam ter mais da metade da sua renda mensal comprometida com o pagamento de dívidas.
*Com informações da Agência Brasil