O Banco Central (BC) quer incentivar o maior uso do débito, disse nesta segunda-feira (26), em Brasília, o diretor de Política Monetária, Reinaldo Le Grazie, ao anunciar medidas para tentar baratear os custos de uso das maquininhas pelos lojistas. “O mercado brasileiro de pagamentos eletrônicos é robusto e funciona muito bem no Brasil. Queremos incentivar a maior utilização do cartão de débito”, afirmou.
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Uma das decisão tomadas pelo BC foi a implementação de um limite para a chamada tarifa de intercâmbio, que é paga pelo credenciador (empresas que disponibilizam as máquinas de pagamento) ao emissor do cartão de débito (bancos e cooperativas). A partir do dia 1º de outubro, essa tarifa será limitada a 0,50% do valor da compra no débito, em média. A tarifa máxima foi fixada em 0,80% do valor da transação.
O que muda para o consumidor?
De acordo com o diretor do BC, esta medida pode beneficiar os consumidores ao reduzir custos para o comércio. Atualmente, os lojistas
pagam um percentual de cada venda às instituições financeiras que ficam com uma parte e repassam outra parte para as credenciadoras.
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“Bancos e cooperativas vão ter uma redução na sua remuneração. A garantia de que vai chegar na ponta do consumidor é que o mercado é bem competitivo. Vai ser repassado em função dessa competição”, explicou Le Grazie.
Ainda segundo informações do BC, a taxa de intercâmbio dos cartões de débito é de 0,82%, na média, e a máxima chega a 1,12%, por transação. Após a limitação dessa taxa, haverá redução na taxa de desconto, que inclui todos os valores cobrados pelo uso do cartão de débito por bandeiras, credenciadoras e instituições financeiras. Essa taxa está em 1,45%, segundo o diretor.
Le Grazie ressalta que essa taxa de desconto vem caindo ao longo do tempo. “O que subiu foi o intercâmbio tanto do débito quanto do crédito. E é nela que estamos mexendo”, disse. Segundo o Banco Central , nos últimos oito anos a taxa de intercâmbio dos cartões de débito aumentou de 0,79% da transação para 0,82%, enquanto a taxa de desconto caiu de 1,60% da transação para 1,45%.
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Cheque especial
Além de falar sobre o uso do cartão de débito, Le Grazie também foi questionado sobre os altos juros do cheque especial no País – mesmo com a queda da taxa Selic. Ele afirmou que a Federação Brasileira de Bancos (Febraban) deve apresentar em abril “um novo modelo de negócios” para esse tipo de crédito. O diretor, no entanto, não deu detalhes da medida, dizendo apenas que as mudanças não dependem de regulação do Banco Central.
*Com informações da Agência Brasil