Indústria cresce 5,3% em outubro, a maior taxa desde abril de 2013, aponta IBGE
Com alta de 2%, bens de consumo semi e não-duráveis foi considerado a expansão mais acentuada em outubro, interrompendo dois meses consecutivos de queda na produção, período em que acumulou baixa de 2,8%
Por Brasil Econômico |
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou nesta terça-feira (5) os resultados da Pesquisa Industrial Mensal Produção Física – Brasil, que evidenciou um crescimento de 0,2% na indústria nacional em outubro, frente ao mês anterior e na série com ajuste sazonal. Esta foi a segunda taxa positiva consecutiva, com acumulo de ganho de 0,6%. Na série sem ajuste sazonal e em comparação ao mesmo período do ano passado, a indústria cresceu 5,3% - taxa mais elevada desde os 9,8% de abril de 2013.
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Em relação ao acumulado do ano, a alta foi de 1,9%. Já o acumulado nos últimos 12 meses registrou avanço de 1,5%. De acordo com o levantamento do IBGE , este foi o segundo resultado positivo seguido e o mais elevado desde março de 2014, quando a taxa foi de 2,1%.
Categorias e setores
Na transição de setembro para outubro deste ano, houve taxas positivas em duas das quatro grandes categorias econômicas, em 15 dos 24 ramos avaliados. Entre os setores, as contribuições partiram de produtos farmoquímicos e farmacêuticos, com 20,3%, e de bebidas, com 4,8%. Outros destaques positivos foram: confecção de artigos do vestuário e acessórios, com 4,3%, metalurgia, com 1,6%, máquinas e equipamentos, com 1,3%, e artefatos de couro, artigos para viagem e calçados, com 3,8%.
Em contrapartida, houve redução na produção de nove ramos: produtos alimentícios, com baixa de 5,7%, exerceu grande impacto na média global e eliminou a expansão de 3,7% observada em setembro. Coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis e de perfumaria, sabões, produtos de limpeza e de higiene pessoal também registram recuos de respectivamente, 2,6% e 3,2%.
Com crescimento de 2%, a categoria de bens de consumo semi e não-duráveis foi considerada a expansão mais acentuada em outubro, interrompendo dois meses consecutivos de queda na produção, período em que acumulou retração de 2,8%. O segmento de bens de capital subiu 1,1% e manteve o comportamento positivo iniciado em abril, período em que acumulou alta de 11,6%.
Os setores de bens de consumo duráveis, com -2%, e de bens intermediários, com -0,8% recuaram, com o primeiro interrompendo três meses seguidos de alta, com acúmulo de ganho de 9,7%, e o segundo invalidando o crescimento de 0,7% obtido no mês anterior.
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Média móvel trimestral e 2016
Na série com ajuste sazonal, o desempenho do índice de média móvel trimestral para o total da indústria teve variação negativa de 0,1% no trimestre encerrado em outubro deste ano, frente ao nível do mês anterior. Entre as grandes categorias econômicas, bens intermediários, com -0,4% e bens de consumo semi e não-duráveis, com -0,3% representaram os recuos, enquanto bens de consumo duráveis, com 1,3% e bens de capital, com 0,7% assinalaram os avanços do mês.
Na comparação com igual mês do ano anterior, o setor industrial registrou resultados positivos em todas as quatro grandes categorias econômicas, 22 dos 26 ramos, 61 dos 79 grupos e 61,9% dos 805 produtos analisados. Bens de consumo duráveis e bens de capital foram apontadas como as maiores altas entre as grandes categorias econômicas, com respectivamente, 17,6% e 14,9%.
Entre as atividades, a de veículos automotores, reboques e carrocerias, com 27,4% exerceu a maior influência positiva sobre a média da indústria, potencializada pelo crescimento na fabricação de automóveis, caminhão-trator para reboques e semirreboques, caminhões, veículos para transporte de mercadorias e autopeças.
Por outro lado, entre as quatro atividades que retraíram a produção, o principal impacto no total da indústria foi registrado por coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis, com queda de 1,5%.
Acumulado de 2017
No índice acumulado de 2017, frente a igual período do ano anterior, a indústria cresceu em 18 dos 26 ramos, 48 dos 79 grupos e 53,8% dos 805 produtos pesquisados. Veículos automotores, reboques e carrocerias, com 16,1%, e indústrias extrativas, com 5,8%, exerceram as maiores contribuições positivas sobre a média industrial.
Já entre as oito atividades que registraram redução na produção, a de coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis, com baixa de 5,1%, assinalou a maior contribuição negativa no total da indústria.
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Entre as grandes categorias econômicas e resultados para os 10 meses deste ano, o IBGE destacou um maior dinamismo para bens de consumo duráveis , com 12,4%, e bens de capital, com 5,6%. Segundo o estudo, as taxas foram impulsionadas pela maior fabricação de automóveis, com 19,6%, e eletrodomésticos, com 10,6%.