Eletrobras será privatizada por meio do aumento de capital, diz ministério

Aumento de capital deve ser adotado porque, do contrário, União precisaria vender pouco mais de um quarto das ações que possui na companhia elétrica

Eletrobras é a maior de energia elétrica da América Latina, detendo 30% da produção do Brasil
Foto: Agência Brasil
Eletrobras é a maior de energia elétrica da América Latina, detendo 30% da produção do Brasil

A Eletrobras será privatizada por meio de operação de aumento de capital, com a possibilidade de ser somada a uma oferta secundária de ações da empresa pertencentes à União. As informações foram divulgadas nesta quinta-feira (30) em comunicado do Ministério de Minas e Energia.

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“A proposta deste ministério prevê que a desestatização dar-se-á por meio de aumento de capital mediante subscrição pública de ações ordinárias, sendo vedado à União, direta ou indiretamente subscrever novas ações decorrentes do aumento de capital”, afirmou o ministério. O documento foi encaminhado à Eletrobras e ao presidente Michel Temer.

Seria necessário emitir cerca de 553.036.344 ações ordinárias para que a União passe a deter menos de 50% do capital votante da estatal. Considerando o valor da ação no dia 13 de novembro, a empresa receberia ao menos R$ 11,2 bilhões na operação.

No mês de agosto, o governo anunciou a intenção de privatizar a empresa. A medida foi aprovada, no dia 23 do mesmo mês, pelo conselho do Programa de Parcerias de Investimentos (PPI), órgão criado por Temer para discutir privatizações e concessões.

Detendo 30,7% da capacidade de geração de energia do Brasil, a companhia é a maior holding do setor elétrico da América Latina e a 16ª maior empresa de energia do mundo. Segundo o Ministério de Minas e Energia, o valor patrimonial da estatal é de R$ 46,2 bilhões, e o total de ativos da empresa soma R$ 170,5 bilhões.

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Segundo o documento, o aumento de capital deve ser adotado porque, do contrário, a União teria que vender pouco mais de um quarto das ações que possui na empresa A União controla, direta ou indiretamente, 75,4% das 1.087.050.297 ações da companhia com direito a voto.

“Seria necessário, portanto, negociar o equivalente a 25,4% das ações ordinárias da empresa, ou seja, cerca de R$ 5,6 bilhões, se considerado o valor da ação em 13 de novembro, e esses recursos seriam pagos pelo comprador das ações à União, e não à Eletrobras”, diz o documento.

Tarifas

O MME também abordou o aumento nas tarifas de energia em decorrência da privatização . “Hoje, como o risco hidrológico é assumido pelo consumidor, o custo é significativamente maior do que o preço base de fornecimento dessas usinas”, diz o documento. Cálculos de simulação de impactos tarifários realizados pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) apontam um impacto de 2,42% a 3,34% nos preços no pior cenário.

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Além disso, o ministério também propõe a definição de um novo gestor para o programa Luz para Todos, financiado por meio de encargo incluído na conta de luz e voltado para a universalização do acesso à energia elétrica. De acordo com o documento, a Eletrobras deve manter a gestão do programa até dezembro de 2018.